Título Original: The Case Of The Peculiar Pink Fan: an Enola Mystery
Autora: Nancy Springer
Tradução: Paulo Ferro Jr.
ISBN: 978.85.7679.498-1
Ano: 2012
Editora: Novo Século
Gênero: Aventura, Ficção, Policial ou Investigação
Informações adicionais:
Número de páginas: 176
Tipo de diagramação: simples, os abres dos capítulos possuem arabescos trabalhados
Cor das páginas: amareladas
Fonte: agradável para a leitura e tamanho satisfatório
Capa: dura, brilhante, sem orelhas laterais, com abres em rosa choque (para combinar com o leque da capa)
Sinopse:
Enola não gosta de apressar um cliente ou um caso. Mas quando ela encontra uma jovem conhecida segurando um leque rosa, ela é obrigada a atuar imediatamente – pois a garota é sua velha amiga, Srta. Cecily, e os sinais são de que ela está correndo um perigo terrível!
Não há tempo a perder. Mas qual é o problema, exatamente? E como Enola poderá ajudá-la? Depois de seguir tantas pistas que não levaram a lugar nenhum, Enola enfim descobre que a jovem senhorita está sendo mantida prisioneira em um orfanato escondido, e que se não for resgatada, será forçada a um triste casamento!
Para complicar ainda mais, Enola vive trombando (literalmente), com Mycroft e Sherlock por toda a Londres. Se Enola, para salvar a Srta. Cecily não juntar forças com seus irmãos, os quais ela luta desesperadamente para despistar, sua liberdade correrá perigo... mas, se ela não pedir a ajuda de Sherlock, será sua velha amiga que estará condenada!
Curiosidades e informações:
A autora Nancy Springer baseia sua obra no detetive criado por Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes, e usa de personagens criados pelo autor para dar vida a sua própria personagem nesta coleção de 6 livros.
Eu gostei bastante da coleção, mesmo que não tenha reconhecido no Mycroft dela o que eu tive em mente ao ler os contos originais onde ele apareceu. Porém, convenhamos, não há muito o que se usar de factual nas atitudes do "mais inteligente dos irmãos Holmes" e coube mesmo um improviso por parte dela.
Os livros, mesmo sendo infanto juvenis, são tão envolventes que você passa pela leitura de todos sem perceber. Aliás, quando se acaba um, obrigatoriamente somos levados a ler o seguinte, algo maravilhoso e empolgante quando se trata de sagas de livros. (Eu eu só explico que demorei tanto para fazer a resenha desse e dos outros porque os emprestei assim que terminei a leitura para uma amiga de outra cidade, então estou fazendo esta resenha agora, mas ainda estou sem ele em mãos, então perdoem se faltar algum detalhe a mais, ok?)
Sem contar que os livros trazem curiosidades pontuais interessantes e que são verídicas, o que ajuda a aprender um pouco mais ao ler. Por exemplo, as explicações dos significados das flores, o que, para as mulheres é bacana, mas para os homens é bem útil para não dar aquela flor com significado errado pra paquera ou pra mãe, sabe? E você vai aprender isso em um livro de mistério, então nem tem como ser "zoado" pelos amigos.
Porém, uma coisa triste eu tenho que contar, faltou um certo cuidado da editora na hora de trabalhar a obra, já que os 3 primeiros livros só saíram em capa simples e os 3 últimos apenas em capa dura, o que visualmente não é bacana para quem quer fazer a coleção, não acham? Este, aliás, é o primeiro em capa dura e o verso de sua capa é em rosa choque, para combinar com o leque na mão de Cecily.
Outro ponto que me deixou chateada foi a falta de revisão no texto, já que o tradutor era um moço e constantemente Enola responde como um rapaz ("obrigado", "agradecido" e por aí vai), o que não é bacana para a faixa de idade no qual ele é destinado, afinal faz com que as meninas em fase de vestibular acabem naturalizando um erro que tira muitos pontos na hora da redação.
Nota:
Diagramação:
Diferente dos anteriores, este aqui possui capa dura, mas no momento eu vou ficar devendo as fotos por eles estarem emprestados (desculpe). Os capítulos tem uma marca mais elaborada nos abres, o que ajuda bastante na localização. Internamente, ele tem a diagramação igual aos livros anteriores, que já comentei anteriormente e fotografei aqui, mas na capa mesmo há a diferença para a capa dura.
Salvo os errinhos de digitação ou de concordância, a coleção é fabulosa e acho uma pena só ter descoberto ela tanto tempo após o lançamento. Porém recomendo a leitura para presentear crianças ou jovem adolescentes, que não gostam muito de ler, pois certamente vão acabar fisgados pela trama e ão perceber o como é legal sim a leitura.
Todos livros começam no ápice da história, tendo o primeiro capítulo sempre voltado ao acontecimento mais marcante dele e posteriormente recuando no tempo para explicar como Enola foi parar ali. Um recurso narrativo bem bacana e que ajuda ainda mais a criar aquela curiosidade.
Resenhas:
Sherlock e Mycroft ainda estão convictos de que Enola vai mudar de ideia alguma hora e parar de agir como uma "rebelde sem causa", que seus "instintos de mulher" vão fazer com que ela queira se casar e ser mãe e isso a trará de volta a eles. Revoltante, né? Mas, se pararmos para pensar em 1899 a situação da mulher era entendida exatamente como esse diálogo dos irmãos Holmes.
Aliás, muitos homens (e até mulheres) ainda acham que o único anseio da vida de uma mulher é ser mãe. O dia das mães, aliás, foi esses dias, e eu fiquei impressionada com a quantidade de pessoas que tenho em meu facebook que parecem presos a essa visão, muitas são mães/pais com uma visão da maternidade ão frágil quanto a masculinidade da família Bolsonaro, que passaram a comemoração toda atacando quem tem gatos ou cachorros e se considera mãe dos bichos. Como se"ser mãe de bicho" fosse um crime e que para ser mãe a pessoa tivesse que parir. Muitas dessas pessoas não se deram conta de que essa mentalidade é ruim e viciosa, pois joga mulheres estéreis, trans, de idade avançada que não puderam ter filhos, solteiras, depressivas ou que por qualquer motivo se viram impossibilitadas de ter seus próprios filhos humanos como umas "loucas desvairadas". Isso ainda, sem levar em conta que adoção é um processo lento, demorado e sofrível. É de uma falta de empatia tremenda ler isso em um livro que retrata uma trama de séculos atrás? Talvez sim. Mas ver isso em dias atuais acontecendo foi de me partir o coração em milhões de pedaços, sabe? Será que não vamos evoluir nunca minha gente?
Depois desse momento desabafo (que, desculpa, saiu), vamos retornar a trama e ver o que se passa com Enola após o abre com seus irmãos.
Enola continua disfarçada como Ivy, a secretária do mítico Dr. Ragostin, que na verdade é só um pretexto para que ela mesma possa atuar na área sem levantar suspeitas, pois quem nessa sociedade machista época acreditaria que uma mulher pudesse decifrar mistérios, não?
Ela está aproveitando um novo "point" em uma praça central de Londres um (acredite) banheiro feminino, que na verdade é um espaço fechado para que as mulheres possam fazer suas necessidades, se maquiar e também sentar um pouco para descansar longe dos olhos de curiosos. O local, aliás, é pago, e só é frequentado por moças de status elevado.
É neste local que ela acaba dando de cara com Cecily Alisteire, a garota que ela já salvou de encrencas dois livros atrás. Mas Cecily não está simplesmente curtindo o lugar também, ela está acompanhada de duas mulheres que não saem de seu lado e toda a situação parece muito estranha para Enola. Quando a moça sai deixando seu leque cor-de-rosa para trás e um pedido de suplica mudo em seu olhar, Enola percebe que aí tem coisa e pega o objeto para descobrir que há uma mensagem cifrada nele.
Isso faz com que um sinal de alerta desperte novamente em Enola, Cecily é quase que como uma amiga para ela, e isso faz com que ela atire-se sem pensar na resolução desse problema o quanto antes. Mas é só colocar os pés para fora do banheiro que ela esbarra com Mycroft, o que a faz fugir rapidamente antes de cair em maiores problemas.
Graças a seus disfarces, inclusive o da senhora Ragostin, Enola descobre que o pai de Cecily a esta forçando a se casar com um homem no qual sua própria mãe não concorda. A mãe dela, inclusive, contratou os serviços de Sherlock Holmes para tentar descobrir para onde seu ex marido levou a filha, mas Enola só saberá que ele realmente aceitou o caso quando acaba esbarrando com o próprio irmão e tem que salvá-lo de uma enrascada.
Aliás, é interessante como ele percebe o quanto sua irmã evoluiu na arte da investigação e o como fica tão grato e orgulhoso a ponto de deixá-la seguir seu caminho sem segui-la ou delatar a Mycroft. Mas diz que a trégua não irá durar para sempre.
Enola, aliás, pode temer ser pega, mas precisa resgatar Cecily e quando descobre onde a estão mantendo, não tarda a criar uma nova personagem e colocar-se no lugar certo para resgatá-la. Ea precisará de uma ajuda de Sherlock para tirar Cecily em segurança do local, mas conta com a esperança de que ele não vá força-la a fazer nada que não queira. Mesmo que sua esperança seja bem mínima.
- Livro 1: O Caso do Marquês Desaparecido
- Livro 2: O Caso da Senhorita Canhota
- Livro 3: O Caso dos Buquês Bizarros
- Livro 4: O Caso do Estranho Leque Rosa
- Livro 5: O Caso da Crinolina Misteriosa
- Livro 6: O Caso do Adeus Cigano
Comentários
Postar um comentário