Livro: "Greta" (Nova Edição) por Mônica de Castro, pelo espírito Leonel

Título: Greta

Autora: Mônica de Castro, pelo espírito Leonel

ISBN: 978.85.7722.358-9
Ano: 2016
Editora: Vida e Consciência

Gênero: Romance

Disponível para compra:

Informações adicionais:
Número de páginas: 342
Tipo de diagramação: abres com os títulos na mesma fonte que o título da capa
Cor das páginas: brancas
Fonte: sem serifa, agradável para a leitura e tamanho satisfatório
Capa: brochura brilhante, com orelhas laterais


Sinopse: 
Num momento de distração da babá, um acidente acontece e uma criança morre. Em consequência do acidente, a babá não consegue mais emprego e se vê obrigada a entregar-se à prostituição para sobreviver. Por que uma criança saudável, alegre, morre de repente? Como vencer a dor da perda e continuar vivendo? Descubra as respostas em Greta.

 Nota:



Resenha:


Embora a Mônica de Castro seja uma autora bem famosa de livros espíritas, confesso, nunca havia ido nenhum de seus livros. Mesmo tendo comprado este aqui faz uns anos e tendo outro dela que solicitei para troca, era uma autora que sabia que era famosa e não havia ainda colocado seus livros na minha lista de leituras. Mas, esse ano, já olhei para ele e decidi pegá-lo agora em Janeiro e lá fui eu.

Capa de 2005
"Greta" foi lançado inicialmente em 2005, relançado em 2009 e ganhou uma nova diagramação e capa em 2016 (a capa lá do topo e que é a versão que comprei e li). Por ser um dos livros mais famosos dela e ler várias resenhas de gente que "amou", comecei por ele, mas confesso que deixou a desejar, a meu ver. Acho que minhas expectativas eram outras após tanta propaganda positiva, sabe?

A trama começa com Felícia tendo um pesadelo onde seu filho de 4 anos, Tiago, está se afogando e nada ela pode fazer para ajudá-lo. Esse pesadelo é recorrente e ela acorda se sentindo péssima ao tê-lo novamente, ainda mais por aquele dia ser justamente o aniversário de 5 anos do menino e ela ter toda uma festa para preparar.

De família abastada e casada com o empresário do ramo da construção, Artur, ela tem a sua disposição babá para o filho, motorista (ela mesma não sabe dirigir, mas a trama se passa na década de 60, então é compreensível), piscineiro/jardineiro e empregadas; porém quer ela mesma ajudar nos preparos para os docinhos e a decoração da festinha.

Artur está ouvindo as queixas do piscineiro sobre o cadeado do portão da piscina e decide dar para ele o dinheiro para que compre outro cadeado, afinal a casa estará cheia de crianças logo mais e ele não quer que nada de ruim as aconteça.

Tiago, que acabou de ganhar um aviãozinho de elástico (coisa que eu realmente nem imagine como seja), está no jardim brincando com Lurdinha (que na verdade chama Maria de Lurdes, mas todos a chamam de Lurdinha).  Ela o está auxiliando com o brinquedo e em certo momento o motorista acaba chamando sua atenção (ela tem uma certa queda pelo traste, sabe?), então ela diz a Tiago que vai usar o banheiro da garagem e pede que ele não vá até a piscina.

Porém, por aquelas situações que não dá para se prever, a encrenca do avião cai justamente na piscina e o menino acaba indo até lá. Como Lurdinha está nos amassos com o motorista, acaba demorando para volta ao seu posto e o inevitável acontece. Tentado resgatar o avião que caiu na água, o menino morre afogado.

Lurdinha acaba entrando na casa após sair da garagem, sem suspeitar aonde o menino estava, como ele não está lá dentro, logo todos começam a procurar e encontram seu corpinho boiando na água. Isso é o estopim inicial para a trama.

Artur pressiona o motorista e descobre que ele e Greta estavam transando na garagem, ao invés dela olhar o filho dele. Cheio de raiva, ele e Felícia acabam contando aos jornais que a culpa foi da babá, dão seu nome e até fornecem uma foto dela. É nesse ponto, ao ser demitida, que ela encontra Diniz e Ricardo (conhecido como Valente)  que lhe oferecem um emprego em um bordel, mas ela recusa, crendo que irá conseguir outra colocação.

Mas sem emprego, sem referências, com o "amado" dando no pé de sua vida e com sua cara e nome estampados nos jornais como displicente, ela acaba não conseguindo nada e caindo na mendicância. Essa situação perdura um ano todo e só após ser acusada por um roubo que não cometeu, Diniz volta a vê-la e a levar para sua casa (no bordel).

Capa de 2009
Desnutrida, desenganada e humilhada, ela acaba ajudando no lugar com serviços de limpeza, mas uma das garotas do bordel reclama que ela não trabalha para manter o negócio como elas trabalham e começa a envenenar a todos contra Lurdinha.

Diniz, que descobre-s apaixonado por Lurdinha, lhe pede em namoro, mas ela diz não amá-lo e não aceita se comprometer com isso. Sem saída por toda a confusão em que Soraia a está colocando, ela acaba aceitando ser prostituta, para a tristeza de Diniz, e adota o nome de Greta.

A vida dela é bem complicada e tudo vai se amontoando a cada momento mais, quando Artur, sendo repudiado pela mulher, acaba saindo com Greta e acaba gostando da moça (mas só para sexo, pois alega que a paixão da vida dele ainda é Felícia).

Eu sei que a trama se passa na década de 60, mas particularmente não gostei da trama. A todo momento o papel da mulher é reduzido a "suas obrigações de esposa" (que vem a ser "fazer sexo com o marido mesmo que não queira"), enquanto o que Felícia realmente precisa é claramente de um psicólogo, já que não consegue superar a perda do filho e isso a afeta de maneira intensa e perturbadora para ela mesma.

É revoltante sim a forma como ela trata o marido, mas essa passividade dele e a falta de tato de ver que procurar ajuda médica para a esposa (que aliás é filha de um clinico geral) é assustadora. Ele até pode alegar que a ama muito e que "tem necessidades de homens" (uma outra coisa que o machismo populariza como se homens fossem seres irracionais e não pudessem ficar muito tempo sem sexo), mas a falta de atitude para realmente ajudar a esposa me irritava muito.

Felícia fica violeta e tenta tirar a própria vida, mas nem assim os pais dela ou o marido chegam a cogitar que ela não está mentalmente estável. Nós não estamos falando de uma família pobre sem condições, mas de uma família abastada e esse descaso com a situação dela como doente é assustador.

Confesso, tive muita raiva das atitudes dela em muitos momentos, mas como ela claramente estava doente, a raiva acabava sendo transferida para o marido obsoleto, que mesmo sendo ofendido só pensava em sair transar por aí ao invés de tentar, de fato, ajudar a esposa. Eu, particularmente, torci muito para o divorcio, pois ficar com um homem inútil assim não dá não.

Outra coisa que me irritou muito, apesar de Artur pisar muito na bola, há um malabarismo ferrenho para toda a culpa sempre recair nas mulheres. Sendo assim, Felícia é quem toma broncas até do filho falecido e Lurdinha é a única a ser massacrada pelo acidente da criança, mesmo sendo o motorista quem a chama e quem a seduz. E, pra piorar, em momento nenhum os homens realmente são repreendidos. Aliás, o amigo que Artur que o leva ao bordel a primeira vez ainda usa o fato da namorada querer casar virgem como desculpa pra frequentar o lugar e diz que "sair com prostitutas não é traição".

Sinceramente? Não vi nada de lindo não, tive até vontade de jogar o livro longe em muitos trechos.



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