E-book: "Os Mistérios do Mar" por Arthur Conan Doyle

Título: Mistérios do Mar

Autor: Arthur Conan Doyle
Tradução: Antonio Carlos Oliveri

ASIN: B077YQY9V1
Ano: 2017
Editora: Disal

Gênero: Conto

Informações adicionais:
Número de páginas: 93
Tipo de diagramação: abre com curiosidades a espeito dos contos e autor, títulos centralizados em negrito, fonte do texto com serifa

Sinopse: 
É quase inacreditável que um dos melhores contos já escritos por sir Arthur Conan Doyle –criador de Sherlock Holmes, o mais célebre detetive de toda a literatura policial – tenha permanecido inédito em português por quase 150 anos, mas foi isso mesmo o que aconteceu com “O sobrevivente do navio fantasma”, que a Disal Editora traz a público, juntamente com outro texto inédito em nosso idioma, “O capitão do Estrela Polar”. As duas narrativas compõem o e-book “Os mistérios do mar”. Em poucas palavras, no entanto, é impossível dar conta do talento de Conan Doyle, cujos enredos e personagens são constantemente recriados pelo cinema e a televisão e que conta ainda hoje com uma legião de fãs em todo o mundo.

 Nota:

Resenha:

Eu acredito que esse livro não tenha sido lançado lá fora desta forma, já que não há título original e trata-se de dois contos sobre o mar escritos pelo autor e que podem ser localizados em inglês na internet.

O livro começa com um apanhado geral da história do autor, depois há uma boa parte destinada a curiosidades sobre cada um dos dois contos do livro que foram muito bem escritos, contando inclusive com a história real de tudo o que foi apurado sobre os fatos reais que inspiraram Doyle a escrever os contos.

Depois destes extras, começa o conto "O sobrevivente do Navio Fantasma", conto baseado no real Marie Celeste encontrado a deriva no mar e sem tripulação. No conto, aparentemente escrito muito antes de que informações e teorizações viesse a público, Doyle deu sua própria versão ao mistério e, diferente da realidade, há um único sobrevivente do caso.

Dr. Habakuk Jephson é um abolicionista americano, que teoricamente deveria defender aos negros como sendo pessoas dignas de serem tratadas tão bem e humanamente quanto aos brancos. No entanto, cá entre nós, ele tem atitudes bem racistas (como achar que marinheiros negros não podem dar conta do trabalho só por serem negros) que nos fazem pensar que o Doyle na verdade queria defender a hipocrisia das pessoas que declaravam-se contra a escravidão a publico, mas no fundo tinham outro ponto de vista sobre a causa e advogavam em causa própria.

Ele escreveu um panfleto que ficou famoso ao comparar os negros aos irmãos brancos e isso inclusive vira matéria de um jornal, mas como a história é pelo ponto de vista dele, vemos que as atitudes dele não condizem muito com as tais ideias do panfleto.

Ele começa contando que vive em rusga com alguns parentes que os acham doido e não acreditam que o que ele conta sobre o Marie Celeste seja verdade. Para começar, diz que foi por defender os negros que ao ir para a guerra e acabar sendo acudido após ser ferido por um fazendeiro que possui muitos escravos (e ele nada fala estando lá, sabe?) acaba caindo nas graças de uma velha senhora negra (que fala o inglês todo errado) e ganhando dela uma pedra negra em formato de orelha (guarda esse fato, que logo você descobre o motivo desse formato peculiar). Ele tem que se segurar para não rir do presente e da tal história que ela conta sobre ele e acaba ficando com ele apenas por esquecer em seu bolso.

Tempos depois, ele acaba sendo diagnosticado com uma doença pulmonar e um amigo médico o sugere uma viagem de mar para melhorar (coisa estranha, né? Mas, realmente, antigamente eles tinham umas ideias bizarras). E é assim que ele acaba a bordo do Marie Celeste. No navio ainda viajam um homem mulato que ele descreve como excêntrico e que tem um empregado negro, outros homens brancos, o capitão, sua esposa e seu filho, além de dois negros que são admitidos como marujo em cima da hora por conta do não aparecimento de dois marinheiros na hora de zarpar.

Ao mesmo tempo que Jephson é ingênuo, ele também dá credito as atitudes racistas do capitão que diz que "os negros não servem pra nada", então os deixam segurando o timão enquanto a equipe de "brancos aptos fazem o serviço de verdade". E de certa forma, quando descobrimos que o capitão paragá por sua própria língua, surge um sentimento de que o desprezo dele foi sua grande ruína e que se não houvesse a morte de inocentes seria até um "bem feito".

Acontece muita coisa durante a viagem, entre elas, um dia em que Jephson mostra sua pedra negra estranha para os negros e eles o tratam com profunda reverencia, como se ele tivesse um talismã que realmente é importante para eles como descreveu a escrava. Sabemos com o tempo que a carga descrita no conto está longe de ser a real e tudo mais,mas o conto realmente merece a leitura.

Em seguida, temos o conto "O Capitão do Estrela Polar", que segue a mesma linha de terror psicologico do anterior. J. M. Alister Ray é um estudante de medicina, mas atua como médico em um navio cargueiro. Ele é o responsável pelo bem estar da tripulação e não vê a hora de regressar para casa para se casar. Porém, nesse conto de terror eletrizante, muitas coisas vão acontecer até que alguém consiga novamente pisar em terra firme oura vez.

A história é contata como se fossem anotações do diário particular do médico. Começando no ponto em que eles estão presos em uma grande camada de gelo e precisam esperar a situação melhorar para recuar ou prosseguir.

Porém, com o tempo, ele passa a questionar a conduta estranha do capitão do navio, Craigie, e, o que ele acredita ser uma crise histérica entre os marujos, envolvendo as aparições de fantasmas no gelo próximo ao navio.

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