Autor: André Ariel Filho
ISBN: 978.85.7722.438-8
Ano: 2015
Editora: Vida & Consciência
Gênero: Romance
Disponível para compra:
Informações adicionais:
Número de páginas: 324
Tipo de diagramação: capítulos com abre com fonte maior e diferenciada, recuos muitos bons
Cor das páginas: branca
Fonte: sem serifa, agradável para a leitura e tamanho satisfatório, espaçamento muito bom
Capa: brochura brilhante com orelhas laterais
Sinopse:
Em 1916, Vivian fugiu de casa em busca de liberdade. Contudo, seu destino foi profundamente modificado pelo naufrágio do navio Príncipe de Astúrias. A vida da jovem passa, então, a ser marcada por conflitos. intrigas e chantagens.
Nos dias de hoje, o garoto Daniel e seu avô Miguel viajam de férias ao local próximo do naufrágio. Haveria alguma ligação deles com o passado, como acidente? Eles teriam algum vinculo com Vivian?
Neste romance cheio de reviravoltas e pitadas de suspense, você compreenderá que a vida junta as pessoas de acordo com suas necessidades e que nada acontece sem um razão justa.
Nota:
Diagramação:
Resenha:
Eu me interessei em comprar esse livro pelo fato da trama se passar no Príncipe das Astúrias, embarcação que no início do século passado acabou naufragando em Ilhabela, antes de chegar ao seu destino que seria Santos. Nunca havia lido nada do autor e todas as resenhas no skoob diziam que o livro era "lindo", mas.... vamos lá, até a página 190 ele é bom sim (embora haja uma morte violenta), mas daí pra frente ele me decepcionou muito e não é por conta da trama, mas pelas "explicações" que o autor usa para embasar tais acontecimentos. Mas, vamos por partes.
Acontecem ao mesmo tempo histórias em duas épocas distintas; algumas em dias mais atuais e outras na época do naufrágio. para não ficar um balaio muito louco, eu vou tentar condensar cada uma sozinha, ok? E depois faço uma consideração mais geral de onde elas se entrelaçam (ou não). Belezinha?
Miguel está passeando com o netinho Daniel em uma praia de Ilhabela. Ele conta ao neto sobre o pai e a mãe que sofreram um acidente no Príncipe das Astúrias quando vieram ao Brasil. Embora seja já conhecida do garoto, ele ama ouvir a história do avô e sempre pede para que ele a repita. No dia seguinte, o garoto quer voltar aquela praia, mas o avô não se sente muito bem para ir e o garoto pede para que o pai o leve lá, Camilo prontamente atende o pedido do filho, mas eles acabam sendo assaltados e ele é ferido mortalmente.
O pequeno Daniel consegue ajuda de um pescador, José, para levar seu pai ao hospital. Já que este tentava dirigir,mas acabou desmaiando devido a dor e a grande perda de sangue. Infelizmente ele não sobrevive, mas o pescador acaba encontrando também seu próprio filho no hospital, Sérgio, que também sofreu um corte de faca. Instintivamente ele já imagina que seu filho possa ser o culpado, mas opta por ajudá-lo a mentir em troca de que ele melhore e nunca mais repita tal ato.
Mas Sérgio, embora se compadeça no começo, não é uma boa pessoa de forma alguma. Coagindo um amigo chamado Beto, ele trama o rapto do garoto que o viu esfaquear seu pai e pretende matá-lo. Beto, que só descobre o intento do amigo tarde demais, acaba deixando o garoto fugir e entregando-se para a polícia. Mas Sérgio foge, mata outra pessoa no caminho e ruma para a vida do crime, sem saber que o garoto está vivo ainda.
Agora, vamos ao povo do passado.
Miguel é filho de Ramon e Rúbia, que vinham no navio com Juan, primo de Ramon. Sem que a moça saiba, os dois roubaram armas de Portugal e pretendem vender no Brasil para conseguir uma grande fortuna. Porém, quando o navio bate e se parte, Juan acaba morrendo ao correr para tentar recuperar as armas no depósito de cargas e o casal se separa. Rúbia acaba boiando até o mar e é resgatada muitos dias após o naufrágio, por um navio, enquanto Ramon consegue nadar até a praia.
Eles se reencontram, acabam ficando e morando por ali. Ramon sente a perda do primo, mas sente mais ainda por não ter conseguido ficar rico com a venda das armas roubadas. De tão ganancioso que é, acaba entrando em negócios escusos e, infelizmente, isso o faz ter mais perdas do que ganhos no final das contas.
É estranho que em determinado momento Ramon encontra Miguel (que é seu filho) enquanto o segundo sonha. Ele está perdido ainda no dia do naufrágio (e esse encontro dá-se em dias atuais, já que Miguel se vê como o idoso que é, embora veja seu pai jovem) e ele tenta ajudá-lo a entender que o primo dele morreu, masque ele verá a esposa de novo e eles terão filhos e serão felizes. Porém, bem mais pra frente vemos que Ramon encontrou a esposa logo que morreu e que está já o perdoou, e isso se passa muito tempo antes de Miguel ser um idoso. Logo, faltou coerência nisso, sabe?
Paralelo a isso, e pegando tanto espaço na trama do livro quanto o drama da família atual de Miguel, está a vida de Vivian Palmares. Ela tem quase mais tempo de livro que todos os outros e não havia nada que ligasse sua vida com nenhum dos outros personagens. Tanto que foi preciso o autor escrever uma tal explicação de que a moça viria a se reencarnar como Daniel lá nas últimas linhas do tal epílogo.
Vivian foi abusada sexualmente desde os 9 anos de idade. Em certo momento na trama diz que ela ficou órfã muito cedo e passou tempos de sua vida em um orfanato, embora bem mais para frente ela diga ao marido que não deseja reencontrar sua família, ao invés de simplesmente dizer que é órfã (o que soa meio estranho, pois embora ela tenha assumido a identidade de outra moça, poderia sim dizer que era órfã).
Com a ajuda de um estivador ela consegue entrar no navio como clandestina. Desta forma ela acaba conhecendo o casal Carlos e Márcia, que estão voltando para a Argentina onde ele possui família. Márcia, que é de família na Espanha, conheceu o marido e casaram-se em pouco tempo. Embora ela seja de família humilde e a dele seja muito rica, eles parecem entender-se muito bem e acabam apiedando-se de Vivian que alega chamar-se Maria e ter terminado com seu noivo, por isso está tão triste.
Na verdade, Ramirez, um marinheiro, descobriu que Vivian (que ele também crê chamar Maria) é uma clandestina e a obriga a pagar com sexo para não ser delatada ao capitão. Situação que acontece durante toda a viagem e posteriormente ele ainda a reencontra e a ameaça por isso. É, uma vez canalha, sempre. O problema é que o autor diz que Vivian passa por isso por ter "merecido", de certa forma, por conta de não se assumir. Como se ser humilhada e tratada como uma boneca sexual fosse uma desculpa muito plausível para que uma pessoa clandestina de um navio que mente seu nome por medo, vergonha e fome, fosse submetida, não? Aliás, em contrapartida, os homens que a abusam sexualmente durante a trama são tratados como coitados, um deles até dizem que "teve uma infância difícil e com privações", como se humilha os outros fosse algo totalmente explicável e justo, desde que você seja homem e o humilhado uma mulher.
Quando o acidente acontece, ela acaba conseguindo salvar Carlos, mas ele está com um ferimento enorme na cabeça. Márcia morre, sem ser encontrada. Mas como Vivian é resgatada com Carlos e em choque se recusa a largar seu corpo desfalecido, afinal ele foi o único homem até então que a tratou como uma pessoa e não como um pedaço de carne, eles supõem que ela seja Márcia e a família dele a leva para acasa deles crendo nisso.
No começo, ela sente-se encantada com a vida boa em que passa a levar e teme contar a verdade e ser escorraçada de lá. Depois de um tempo o irmão de Carlos, Joaquim, acaba por pedi-la em casamento e, mesmo que a princípio ela não queira, ela acaba aceitando e gostando muito do rapaz. Mas ela ainda vai ser reencontrada por Ramirez que vai dar a ideia nojenta de estuprá-la para o sogro dela e ele vai fazer isso por muito tempo ainda...
Particularmente, fiquei bem decepcionada com a leitura. Pois, não que as situações não pudessem acontecer, elas poderiam e deveriam sim, mas a desculpa de que a moça merecia isso e de que o sogro dela "sofreu tanto quando pequeno" por isso fez isso a ela é nojenta. É como se passasse a mão no coitadinho do homenzinho que sofreu tanto quanto pequeno e que por esse motivo pode fazer o que quiser com os outros. Mas em contra partida, com a mulher que também sofreu muito quando era pequena (até mais que ele, visto que ela morava em um orfanato), aí não há desculpa, ela "mereceu ser estuprada"...
Eu me interessei em comprar esse livro pelo fato da trama se passar no Príncipe das Astúrias, embarcação que no início do século passado acabou naufragando em Ilhabela, antes de chegar ao seu destino que seria Santos. Nunca havia lido nada do autor e todas as resenhas no skoob diziam que o livro era "lindo", mas.... vamos lá, até a página 190 ele é bom sim (embora haja uma morte violenta), mas daí pra frente ele me decepcionou muito e não é por conta da trama, mas pelas "explicações" que o autor usa para embasar tais acontecimentos. Mas, vamos por partes.
Acontecem ao mesmo tempo histórias em duas épocas distintas; algumas em dias mais atuais e outras na época do naufrágio. para não ficar um balaio muito louco, eu vou tentar condensar cada uma sozinha, ok? E depois faço uma consideração mais geral de onde elas se entrelaçam (ou não). Belezinha?
Miguel está passeando com o netinho Daniel em uma praia de Ilhabela. Ele conta ao neto sobre o pai e a mãe que sofreram um acidente no Príncipe das Astúrias quando vieram ao Brasil. Embora seja já conhecida do garoto, ele ama ouvir a história do avô e sempre pede para que ele a repita. No dia seguinte, o garoto quer voltar aquela praia, mas o avô não se sente muito bem para ir e o garoto pede para que o pai o leve lá, Camilo prontamente atende o pedido do filho, mas eles acabam sendo assaltados e ele é ferido mortalmente.
O pequeno Daniel consegue ajuda de um pescador, José, para levar seu pai ao hospital. Já que este tentava dirigir,mas acabou desmaiando devido a dor e a grande perda de sangue. Infelizmente ele não sobrevive, mas o pescador acaba encontrando também seu próprio filho no hospital, Sérgio, que também sofreu um corte de faca. Instintivamente ele já imagina que seu filho possa ser o culpado, mas opta por ajudá-lo a mentir em troca de que ele melhore e nunca mais repita tal ato.
Mas Sérgio, embora se compadeça no começo, não é uma boa pessoa de forma alguma. Coagindo um amigo chamado Beto, ele trama o rapto do garoto que o viu esfaquear seu pai e pretende matá-lo. Beto, que só descobre o intento do amigo tarde demais, acaba deixando o garoto fugir e entregando-se para a polícia. Mas Sérgio foge, mata outra pessoa no caminho e ruma para a vida do crime, sem saber que o garoto está vivo ainda.
Agora, vamos ao povo do passado.
Miguel é filho de Ramon e Rúbia, que vinham no navio com Juan, primo de Ramon. Sem que a moça saiba, os dois roubaram armas de Portugal e pretendem vender no Brasil para conseguir uma grande fortuna. Porém, quando o navio bate e se parte, Juan acaba morrendo ao correr para tentar recuperar as armas no depósito de cargas e o casal se separa. Rúbia acaba boiando até o mar e é resgatada muitos dias após o naufrágio, por um navio, enquanto Ramon consegue nadar até a praia.
Eles se reencontram, acabam ficando e morando por ali. Ramon sente a perda do primo, mas sente mais ainda por não ter conseguido ficar rico com a venda das armas roubadas. De tão ganancioso que é, acaba entrando em negócios escusos e, infelizmente, isso o faz ter mais perdas do que ganhos no final das contas.
É estranho que em determinado momento Ramon encontra Miguel (que é seu filho) enquanto o segundo sonha. Ele está perdido ainda no dia do naufrágio (e esse encontro dá-se em dias atuais, já que Miguel se vê como o idoso que é, embora veja seu pai jovem) e ele tenta ajudá-lo a entender que o primo dele morreu, masque ele verá a esposa de novo e eles terão filhos e serão felizes. Porém, bem mais pra frente vemos que Ramon encontrou a esposa logo que morreu e que está já o perdoou, e isso se passa muito tempo antes de Miguel ser um idoso. Logo, faltou coerência nisso, sabe?
Paralelo a isso, e pegando tanto espaço na trama do livro quanto o drama da família atual de Miguel, está a vida de Vivian Palmares. Ela tem quase mais tempo de livro que todos os outros e não havia nada que ligasse sua vida com nenhum dos outros personagens. Tanto que foi preciso o autor escrever uma tal explicação de que a moça viria a se reencarnar como Daniel lá nas últimas linhas do tal epílogo.
Vivian foi abusada sexualmente desde os 9 anos de idade. Em certo momento na trama diz que ela ficou órfã muito cedo e passou tempos de sua vida em um orfanato, embora bem mais para frente ela diga ao marido que não deseja reencontrar sua família, ao invés de simplesmente dizer que é órfã (o que soa meio estranho, pois embora ela tenha assumido a identidade de outra moça, poderia sim dizer que era órfã).
Com a ajuda de um estivador ela consegue entrar no navio como clandestina. Desta forma ela acaba conhecendo o casal Carlos e Márcia, que estão voltando para a Argentina onde ele possui família. Márcia, que é de família na Espanha, conheceu o marido e casaram-se em pouco tempo. Embora ela seja de família humilde e a dele seja muito rica, eles parecem entender-se muito bem e acabam apiedando-se de Vivian que alega chamar-se Maria e ter terminado com seu noivo, por isso está tão triste.
Na verdade, Ramirez, um marinheiro, descobriu que Vivian (que ele também crê chamar Maria) é uma clandestina e a obriga a pagar com sexo para não ser delatada ao capitão. Situação que acontece durante toda a viagem e posteriormente ele ainda a reencontra e a ameaça por isso. É, uma vez canalha, sempre. O problema é que o autor diz que Vivian passa por isso por ter "merecido", de certa forma, por conta de não se assumir. Como se ser humilhada e tratada como uma boneca sexual fosse uma desculpa muito plausível para que uma pessoa clandestina de um navio que mente seu nome por medo, vergonha e fome, fosse submetida, não? Aliás, em contrapartida, os homens que a abusam sexualmente durante a trama são tratados como coitados, um deles até dizem que "teve uma infância difícil e com privações", como se humilha os outros fosse algo totalmente explicável e justo, desde que você seja homem e o humilhado uma mulher.
Quando o acidente acontece, ela acaba conseguindo salvar Carlos, mas ele está com um ferimento enorme na cabeça. Márcia morre, sem ser encontrada. Mas como Vivian é resgatada com Carlos e em choque se recusa a largar seu corpo desfalecido, afinal ele foi o único homem até então que a tratou como uma pessoa e não como um pedaço de carne, eles supõem que ela seja Márcia e a família dele a leva para acasa deles crendo nisso.
No começo, ela sente-se encantada com a vida boa em que passa a levar e teme contar a verdade e ser escorraçada de lá. Depois de um tempo o irmão de Carlos, Joaquim, acaba por pedi-la em casamento e, mesmo que a princípio ela não queira, ela acaba aceitando e gostando muito do rapaz. Mas ela ainda vai ser reencontrada por Ramirez que vai dar a ideia nojenta de estuprá-la para o sogro dela e ele vai fazer isso por muito tempo ainda...
Particularmente, fiquei bem decepcionada com a leitura. Pois, não que as situações não pudessem acontecer, elas poderiam e deveriam sim, mas a desculpa de que a moça merecia isso e de que o sogro dela "sofreu tanto quando pequeno" por isso fez isso a ela é nojenta. É como se passasse a mão no coitadinho do homenzinho que sofreu tanto quanto pequeno e que por esse motivo pode fazer o que quiser com os outros. Mas em contra partida, com a mulher que também sofreu muito quando era pequena (até mais que ele, visto que ela morava em um orfanato), aí não há desculpa, ela "mereceu ser estuprada"...
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