Livro: "O Pesadelo do Príncipe de Astúrias" por Leonardo Henrique Galvão

Título: O Pesadelo do Príncipe de Astúrias

Autor: Leonardo Henrique Galvão

ISBN: 978-85-67613-06-2
Ano: 2016
Editora: 4Letras

Gênero: Aventura, Mistério, Ficção, Romance

Informações adicionais:
Número de páginas: 172
Tipo de diagramação: abres de capítulos simples, com datas em negrito e itálico em em fonte serifada
Cor das páginas: amarelas
Fonte: serifada, agradável para a leitura e tamanho satisfatório
Capa: brochura brilhante fosca, com orelhas laterais


Sinopse: 
No carnaval de 1916, o transatlântico espanhol “Príncipe de Astúrias” bateu em um rochedo na Ponta da Pirabura, na costa de Ilhabela, naufragando, causando a morte de mais de mil pessoas, quando fazia sua sexta viagem da Espanha à América do Sul. Este é considerado um dos maiores naufrágios do mundo, comparado ao famoso navio Titanic. Até hoje, as causas desse acidente não foram totalmente explicadas.
Neste romance, com pano de fundo neste trágico acidente, o autor nos leva a bordo desta que fora sua última viagem. Como expectadores, temos a oportunidade de acompanhar tudo que aconteceu, em primeira mão, temos todos os detalhes, um privilégio graças à narrativa inteligente e envolvente empregada.
Todos os mistérios têm seu véu retirado. Segure-se, porque a emoção é inevitável.
Nota:



Resenha:

Segundo livro do Leonardo Henrique Galvão que concluo a leitura leitura e fico impressionada. Nesta obra o autor usou um fato real: o naufrágio do Príncipe de Astúrias, em águas brasileiras, após chocar-se com pedras próximo a Ilhabela. O acontecimento foi real e alguns personagens nos quais ele utilizou o nome, como o capitão Lotina e o imediato Rufino, foram mesmo pessoas reais que estiveram envolvidas no desastre. Porém, a trama em si, os motivos que levaram ao naufrágio e os protagonistas são criações do autor.

Sempre digo que sou totalmente fascinada a livros nos quais os autores usam de uma situação real para a criação das teorias, pois, no fundo, eles se assemelham ao que comumente fazemos sem nos dar conta ao pensar em tais situações: teorizamos. E, sem dúvida, ler essas teorias fictícias é algo muito bom de se fazer, pois nos faz querer procurar mais sobre o que houve de fato (e, olha só, o autor ainda vai quebrar o seu galho no final do livro com um extra que relata os fatos conhecidos e verídicos do acidente, então um ponto de partida você já terá sem esforço algum).

Lembro ter ouvido sim algo sobre o Príncipe de Astúrias na época em que o filme Titatic era uma "febre". Afinal, com um transatlântico comparado a tal navio e que acabou naufragando tão próximo de nós, não se admira que os jornais rememorassem tal trama. Aliás, creio que se virasse filme, uma trama sobre o Príncipe das Astúrias seria até mais interessante do que Titatic, já que envolveu (entre outras coisas dos fatos conhecidos) o transporte de passageiros ilegais, a alteração da rota e o encontro com uma outra embarcação para que cargas fossem roubadas em meio a uma festa. Se foi pirataria ou armação de envolvidos, isso infelizmente nunca saberemos com certeza. Porém, na obra de Leonardo todas essas pontas soltas se encontram e um uma trama única e envolvente.

Logo de início no Porto Barcelona, Espanha, há um acontecimento bem marcante na noite anterior a partida da embarcação. Um homem que estava mexendo entre as cargas após mexer em uma das caixas, após isso, vê-se que nada foi roubado, embora uma caixa tenha sido violada, a caixa de uma estátua que será enviada a Argentina e fará parte de um monumento.

No dia seguinte, a imprensa não noticiou o fato, e as pessoas que vão embarcar nada sabem sobre isso. Seja entre a primeira e segunda classe ou entre os "ilegais" que viajam trancados nos porões, próximo ao barulho da casa de máquinas, ninguém nem mesmo pode supor que a partida do Príncipe de Astúrias se dará após tal tragédia. No entanto, um homem, Romero, ouve alguns trabalhadores no navio comentando e isso lhe chama a atenção de imediado. Ele estava ali, abaixadinho para ouvir, quando uma garota esbarrando com ele. Longe de ser uma dama e desculpar-se, ao ver que bateu em alguém tão mal trapilho, a moça acaba por destratá-lo e nos próximos capítulos acaba se impressionando ao ver quem de fato é tal rapaz.

A morte que marca a partida do navio é o ponto inicial de toda a trama sobrenatural que vai envolver o desvio do navio e o concluío entre o capitão e determinadas pessoas da tripulação. Uma coisa muito séria vai acontecer enquanto todos os tripulantes estiverem ocupados em meio a uma festa de Carnaval e esse será o fim da vida de muitos dos envolvidos.

Eu vou colocar aqui uma suposição minha, mas vou deixar em fonte branca para que só leia quem se interessar em saber, ok? Para ler, basta selecionar a linha e marcá-la com o cursor do mouse como se fosse copiá-la, belezinha? Começa aqui: a protagonista desse livro, Jana, que acaba por auxiliar Romero na investigação, acaba caindo nas águas e nada mais ouve-se dela. Não sabemos ao certo se viveu ou morreu. Porém, no livro em que li anteriormente do autor, Insular (com resenha aqui na página) a avó de um dos protagonistas foi achada nas águas, sem memória e nunca pode dizer quem era. Para mim, Jana é aquela senhora. Se é mesmo, só o autor pode dizer, mas eu gosto de teorizar! Pronto.

Diagramação:

A diagramação do livro é muito bem feita, pois tem o papel "amarelado", uma fonte em tamanho agradável e serifada, além de um espaçamento lateral que ajuda a descansar a vista enquanto lemos. A capa possui orelhas laterais (para quem tem coragem de utilizá-las) e a primeira página é igual a capa, porém em preto e branco. 

Toda a trama é separada entre datas reais, desde a partida do navio até seu naufrágio após o acidente, e essas datas são verídicas, embora o conteúdo seja fictício (salvo uma ou outra situação na qual o autor faz questão de pontuar ao final). 

Há um extra ao final do livro, um resumo sobre fatos conhecidos e reais relacionados ao acidente e (para nós deixar com medo) o destino de uma das estátuas que foi resgatada também é revelado, e está no Brasil (e eu aqui não consigo parar de pensar que deveria ter sido entregue aos donos, ou seja, a Argentina, pois de certa forma o Brasil se apossou de algo que nunca foi seu, mas.... corrupção, roubos e essas coisas são tão comuns na história do nosso país, não é?)


Comentários