Livro: "O Evangelho de Maria Madalena" por José Lázaro Boberg

Título: O Evangelho de Maria Madalena

Autor: José Lázaro Boberg


Editora: EME

Ano de publicação: 2017

ISBN: 978.85.9544.011-1

Gênero: Religião

Informações adicionais:Número de páginas: 256
Tipo de diagramação: simples, letras com serifa, títulos em caixa alta e fonte maior e negrita
Cor das páginas: amareladas, mas bem grossinhas
Fonte: agradável para a leitura


Sinopse:
Maria de Magdala, ou Maria Madalena, é a figura feminina mais citada no Novo Testamento (12 vezes), ainda mais que Maria, a mãe de Jesus.
Muitas lendas surgiram em torno dela, como a de que teria sido prometida ao apóstolo João e, por isso, o acompanhou a Éfeso, onde morreu e foi enterrada.
Mas nenhuma lenda se tornou mais forte do que aquela afirmando que Madalena seria uma prostituta. E isso minimizou seu papel de liderança.
Neste livro, José Lázaro Boberg busca reconstruir a verdade sobre esta personagem a partir de um texto encontrado no século 4, no Egito, narrando episódios da vida de Jesus contados por uma mulher que não somente teria sido um dos apóstolos, mas a única que não perdeu a fé em Cristo depois de sua morte. E aconselhava os demais, dizendo que Jesus ainda se comunicava com ela através de visões e optando por aparecer para ela em vez de outros por sua devota fé.
Esta mulher era Maria Madalena.


Nota:


Resenha:

Esse livro do autor José Lázaro Boberg segue a mesma linda de "O Evangelho de Judas" (resenhado faz pouco tempo no blog e - embora eu tenha demorado para fazer essa resenha por motivos adversos, li na sequência) e é totalmente de fácil compreensão e, embora tenha saído por uma editora espírita, não é um livro espírita, mas um livro de estudos bíblicos que cita acadêmicos renomados (inclusive do exterior e de religiões diversas) sobre o tema.

Não é uma obra sequencial da outra, então você pode ler sem se preocupar, pois quando há referencias a livros antigos do autor ele retoma superficialmente o que já foi dito em obras anteriores. Aliás, há um outro livro desta coleção ainda e que foi intitulado "O Evangelho de Tomé", mas como saiu por outra editora e faz um tempo maior não encontrei-o ainda.

Achei bem interessante o trecho onde ele cita que o papiro mais antigo do Vaticano não trazia Maria Magdalena como "a pecadora adultera", aquela que ficou conhecida por "ser defendida por Jesus que disse que quem nunca tivesse pecado que jogasse a primeira pedra". Aliás, o autor até conta quem foi o dono de tal confusão, quem a nomeou erroneamente e por qual motivo.

Achei até bem bacana o como ele cita que a Igreja Católica (entende-se o próprio Vaticano) reviu esse erro e agora trata Maria Magdalena de forma diferente na homília a ela dedicada. Afinal, justiça seja feita, o erro realmente deu uma "reputação ruim" para uma pessoa que dificilmente será apagada, mas já é um começo.

O livro dedica-se a destacar partes da Bíblia e dos textos apócrifos no qual Maria Magdalena foi citada e também fala um pouco sobre qual foi o seu papel entre os seguidores de Jesus com base nesses estudos.

E, para não dizer que não há ao menos uma citação sobre o espiritismo, o livro resgata um trecho de uma psicografia feita sobre a personagem de forma errônea e explica os motivos no qual ela possa ter sido interpretada dessa forma. Bem, não que seja um mistério, mas o próprio Allan Kardec já deixava bem claro de que quem morre não adquirire super poderes e desvenda todos os mistérios do universo só por morrer, então, o espírito foi para lá com aquela bagagem de senso comum e a ela atribuiu algo que, se fosse realmente pensar a respeito, não deveria nem ter mencionado por não saber a verdade.

Encerrando o livro há o "Evangelho de Maria Magdalena" em seus fragmentos resgatados, também contam como ele foi encontrado, em que situação estava e os motivos de ele ter demorado tanto a ser divulgado ao público. Como no outro livro, o autor pontua os motivos nos quais ele acabou "desaparecendo" por conta das perseguições que todos os textos não considerados "certos" pela igreja e a caçada de morte declarada a quem os seguia.

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