Livro: "Até Que A Culpa Nos Separe" por Liane Moriarty

Título: Até Que A  Culpa Nos Separe

Autora: Liane Moriarty

Tradutora: Julia Sobral Campos

ISBN: 978.85.5100.19-12

Ano: 2017

Editora: Intrínseca


Informações adicionais:
Número de páginas: 464
Tipo de diagramação: abres de capítulos simples, a diagramação do texto é em fonte serifada, espaçamento entre letras bom
Cor das páginas: amareladas
Fonte: serifada
Capa: brochura com
orelhas laterais


Sinopse: 
Amigas de infância, Erika e Clementine não poderiam ser mais diferentes. Erika é obsessivo-compulsiva. Ela e o marido são contadores e não têm filhos. Já a completamente desorganizada Clementine é violoncelista, casada e mãe de duas adoráveis meninas. Certo dia, as duas famílias são inesperadamente convidadas para um churrasco de domingo na casa dos vizinhos de Erika, que são ricos e extravagantes.
Durante o que deveria ser uma tarde comum, com bebidas, comidas e uma animada conversa, um acontecimento assustador vai afetar profundamente a vida de todos, forçando-os a examinar de perto suas escolhas - não daquele dia, mas da vida inteira.
Em Até Que a Culpa Nos Separe, Liane Moriarty mostra como a culpa é capaz de expor as fragilidades que existem mesmo nos relacionamentos estáveis, como as palavras podem ser mais poderosas que as ações e como dificilmente percebemos, antes que seja tarde demais, que nossa vida comum era, na realidade, extraordinária.

Nota:


Resenha:

Liane Moriarty consegue nos fazer ficar grudadas nas páginas de seus livros. Seus personagens são completos e totalmente reais. Eles poderiam ser o seus vizinhos, a corretora de móveis da sua rua, a assistente social da sua cidade, seu contator ou qualquer uma das outras pessoas de verdade que existem na vida de cada um de nós. Ela consegue dar veracidade e propósito para cada um deles e unir em uma única trama (angustiante) todas essas pessoas tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão iguais.

Se existem dois sentimentos universais e intraduzíveis de forma palpável em palavras nesse mundo neste mundo são: "o amor" e "a culpa". E ambos são coisas que você e todo mundo sente em vários momentos de sua vida e por motivos diversos, mas que cada um sente à sua forma e que é praticamente impossível traduzi-los em meras palavras para outra pessoa.

Neste livro a autora usa os dois e brinca, mesclando-os e mostrando que por mais pacífica e perfeita possa ser a "fachada de uma pessoa", o que há lá dentro ninguém tem como saber, nem mesmo entre duas pessoas que se conhecem a muito tempo e estão casadas ou são melhores amigas de infância, o que vai dentro da mente de cada um é particular e, muitas vezes, não compartilhável de fato.

Era para ser apenas um "dia comum". Érika e Oliver foram convidados para um churrasco na casa de seus vizinhos, Vid e Tiffany, que também pediram para que eles chamassem seu casal de amigos Clementine e Sam.

Érika e Sam são contadores, ambos sofrera muito durante sua infância. Enquanto o pai de Érika deixou seu lar para nunca mais voltar e largou-a com a mãe doente (Sylvia), uma acumuladora compulsiva, vivendo em uma condição de vida degradante, humilhante e sem as mínimas condições sanitárias de higiene. Sam convivia com os pais alcoólatras, que só "beberiam mais uma vez", mas nunca cumpriam a promessa e o causavam grandes problemas.

Clementine é uma violoncelista e "melhor amiga" de Érika desde a infância. Sua mãe (Pam), incentivou-a que fizesse amizade com a pobre menina cheia de marcas de pulga e cara de sofrimento. Para Pam, uma assistente social, era quase que como um dever ajudar ao próximo, mas Clementine parece guardar muita mágoa da amizade, mesmo que a amiga visivelmente goste muito dela e de suas filhas. Seu marido, Samuel, ou apenas Sam, trocou a pouco tempo de emprego e está trabalhando com produtos energéticos. Ele tem sido o apoio da esposa, mas costuma a ferir com palavras constantemente, mesmo que sem querem, como nas vezes em que diz que ela não cuida tão bem de suas filhas ou das coisas delas.

Vid está em seu segundo casamento, do primeiro ele teve três filhas que hoje estão casadas. De personalidade cativante, o eletricista gosta muito de música clássica e não demora para "se encantar" com o fato da amiga dos vizinhos ser uma instrumentista, é por isso que faz tanta questão de que eles tragam ela e a família para o churrasco. Tiffany, sua segunda esposa e mãe de Dakota (a quarta filha de Vid e ainda uma criança), conheceu o marido quando tinha um trabalho nada ortodoxo, embora não se envergonhe disso.

Antes do churrasco, Érika e Sam pedem o auxilio de Clementine para realizarem um sonho, mas parece que a "melhor amiga" não esta realmente confortável em ajudar os padrinhos de sua filha nisso e a forma como desabafa com o marido sem saber que a amiga esta por perto pode abalar essa amizade. Aliás, Clementine e o marido parecem ter achado "amigos substitutos" para eles e parecem ignorá-los no churrasco.

E é justamente neste "simples churrasco" que um acontecimento vai abalar a vida de todos os envolvidos e mudar a forma de encarar as coisas para todos eles. Quando a pessoa que você mais magoou não pensa duas vezes antes de salvar o que te é mais precioso e aquele que mais parece não se importar com ninguém sofre um grave acidente por pensar mais em outra pessoa do que em si mesmo. Todos esses personagens complexos e cativantes da autora vão te deixar sem fôlego e extremamente curiosa, tenho certeza.

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