Livro: "O Conflito" de Agatha Christie como Mary Westmacott

Título: O Conflito
Título original: The Rose And The Yew Tree
Título de tradução variante: "O Conflito" (Nova Fronteira, 1974 e relançado em 2000 com capa nova, mesmo título)
Autora: Agatha Christie, sob o pseudônimo de Mary Westmacott
Tradutor: Henrique Guerra

Editora: Editora L&PM Pocket
Ano de publicação: 2012
ISBN: 978.85.254. 2591-1
Gênero: Romance, Reflexivo, Drama

Informações adicionais:
Número de páginas: 256
Tipo de diagramação: simples
Cor das páginas: brancas
Fonte: agradável para a leitura e tamanho satisfatório
Capa: em papel normal, fosco, sem orelhas

Sinopse:
Todos esperavam que a bela e aristocrática Isabella Charteris casasse com seu primo Rupert assim que ele retornasse da guerra. Teria sido um casamento perfeito e apropriado. 
Então, entra em cena John Gabriel, um ambicioso e oportunista herói de guerra.
Para Isabella, o preço do amor significaria abandonar para sempre seus sonhos de um lar feliz. 
Para Gabriel, destruir as chances de uma carreira e todas as suas ambições...



Nota:


Diagramação e outras informações sobre a obra física:

A capa é em papel normal para livros (não é capa dura), fosca e sem orelhas. Afinal, é uma versão de bolso e neste formato tudo o que possa diminuir o peso é bem vindo. Para mim, o formato é perfeito, pois permite carregar na bolsa para todos os lados (amo pockets!)

A diagramação interna é bem simples, com fontes de tamanho agradável em folhas são brancas. Há até um sumário inicial para auxiliar na leitura.


Curiosidade:

Esse livro faz parte de uma coleção de contos lançados pela autora sob o pseudônimo de Mary Westmacott. Por trás deste nome, ela lançou obras que não tratavam de crimes e investigações, mas sobre as malezas e sofrimentos da alma humana. Obras profundas, que muitos desconhecem e infelizmente torcem o nariz por não dar uma chance a elas.

Agatha prova que não era apenas a "Dama do Crime", seu conhecimento, sua escrita e sua dedicação podiam abordar temas diversos de forma tocante, clara e meditativa. Ler estas obras da autora é enxergar os defeitos de nós mesmos e nos chocar, é ver que pode-se criar tramas com pessoas que parecem ser de "carne e osso" e que a fantasia poderia ser a realidade de qualquer um de nós.

Esse livro já foi lançado anteriormente pela editora Nova Fronteira, em 1974, mas infelizmente não sem quem foi o tradutor responsável por ela na ocasião. O livro ganhou uma nova capa em 2000, pela mesma editora (e ambas podem ser vistas aqui).

 


Outros títulos desta coleção também foram lançados por ela, com capas em estilo semelhante e nas quais eu particularmente gosto bastante (mesmo amando as capas da L&PM).

Em 2012 a L&PM Pockets o lançou, com a tradução de Henrique Guerra e é justamente desta edição que falarei por aqui.


Resenha:

Este foi o quarto livro da autora como Mary Westmacott e até agora achei que foi o que menos me chamou a atenção. Embora seja inegável a surpresa que o final me causou, já que em muitos momentos cheguei a achar que a sinopse da trama estava bem equivocada.

Hugh Norreys é a primeira pessoa a dar as caras na trama e será sob o ponto de vista dele que acompanharemos toda a trama. De início, ele começa com sua própria história, narrando o como conheceu uma moça triste em um trem e o como acabaram se apaixonando, mas um acidente automotivo o fez desistir deste romance e até "tocá-la" para que ela pudesse ser feliz longe dele.

Sozinho e agora cadeirante, ele acaba indo morar com seu irmão e sua cunhada. Ele, um artista, ela, uma mulher prática e que faz o que for necessário para manter a vida deles de forma confortável.

Teresa acaba por receber como herança uma residência em um vilarejo próximo ao castelo de St. Loo  desta forma os três acabam por mudar em busca de novos ares.

Teresa é quem mais conversa com Hugh, e como ela acaba se juntando as mulheres do vilarejo e ajudando-as na parte política (para que o candidato conservador seja eleito), é ela quem acaba fazendo com que Hugh conheça as demais pessoas do local.

Gabriel, aliás, é o candidato do partido conservador. Ele é jovem e conseguiu ganhar uma cruz vitória na guerra, mas em momento algum diz por quais méritos a ganhou, chegando até a insinuar para Hugh que qualquer um poderia tê-lo ganha, bastava ser perceptivo.

Diferente dos outros candidatos, Gabriel não veio de família abastada. E somente o fato de ter se ferido e ser tratado com um herói é que lhe abriu portas para entrar na carreira política. Ele, aliás, não está ali por convicção, embora seja muito bom de oratória, seu intuito é ficar rico e conseguir igualar-se as pessoas que antes o olhavam de cima, com ares arrogantes. Mas parece que nem ter dinheiro conseguirá fazê-o deixar de se sentir inferior, já que esquecer o passado não tem se demonstrado fácil.

Isabella Charteris é filha de aristocratas. Embora sua família hoje amargue a pobreza, eles mantem a pose, morando em sua antiga residência, um castelo que após a morte do pai de Isabella se tornou herança de um primo, com o qual Isabella espera se casar no futuro e poder continuar a residir em sua própria casa.

É interessante ver que filhas de homens com títulos de nobreza era deixadas a própria sorte após a morte de seus pais, já que Rupert acaba sendo o herdeiro daquilo que o pai de Isabella deixou. Em contrapartida, Teresa teve uma casa de herança, embora não possua título algum.

Isabella parece ser uma pessoa bem diferente do que Hugh conhece. A moça parece sempre presa em seus próprios pensamentos, embora Hugh acabe por descobrir que ela não pensa em nada, vivendo em um estado de plenitude que só pode ser "apalado" quando lhe sugere que pense nos motivos das coisas.

Um livro bem bacana, com uma trama toda intrincada e até mesmo a própria narrativa inicial de Hugh acaba fazendo muito sentido ao final dele, quando ele acaba por finalizar a história das outras pessoas e vê os seus próprios erros ao analisar os erros dos outros.

Comentários

  1. Muito boa sua resenha! Estou lendo esse livro e tô gostando da história.

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    1. Olá Raimundo, acho essa coleção da Agatha com pseudônimo fabulosa, cada conto faz a gente pensar mais sobre nós mesmos no final das contas. Mas, e aí? Terminou a leitura? O que achou dela?

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