Livro: "A Nova Catacumba e Outras Histórias" de Arthur Conan Doyle

Título: A Nova Catacumba e Outras Histórias
Autor: Arthur Conan Doyle
Tradução: João Guilherme B. Lincke

ISBN: 85.254.1127-2
Ano: 2001
Editora: L&PM Pockets

Informações adicionais:
Número de páginas: 168
Tipo de diagramação: simples, com abres dos contos em uma fonte negrita
Cor das páginas: amareladas
Fonte: agradável para a leitura e tamanho satisfatório
Capa: em papel normal, brilhante, sem orelhas


Sinopse: 
Pode um trem especial, numa eficientíssima estrada de ferro inglesa, desaparecer sem deixar vestígios, entre duas cidades próximas? Para que servia aquele estranho funil de couro? Por que era necessário que o médico entendesse também de besouros? Uma onça brasileira pode ser algo mais que um animal de estimação... Lá em cima, entre as nuvens, um aviador solitário descobre uma nova espécie de selva e de terror. 


Diagramação:


A diagramação deste pocket é bem básica. Há um sumário inicial indicando onde cada conto começa e todos os títulos estão em negrito e centralizados no topo da página. A fonte do corpo do texto possui serifa e o tamanho é agradável para a leitura.

Por ser um formato de bolso, a capa não possui orelhas laterais.


Curiosidades:

Foi lançado anteriormente um livro com o mesmo título em 1983 pela Editor Ediouro. Porém, alguns contos não são os mesmos desta edição. Na edição da Ediouro os contos presentes são: "A Nova Catacumba", "O Mistério de Sasassa Valey", "Bones", "As Recordações do Capitão Wilkie", "O Horror das Alturas" e "O Funil de Couro".

Os contos que aparecem em ambas as edições são "A Nova Catacumba" (com o mesmo título em ambos), O Horror das Alturas" (com o título de "Terror nas Alturas" na edição da L&PM) e "O Funil de Couro" (com o mesmo título em ambas).

Da edição antiga que não aparecem neste livro estão "O Mistério de Sasassa Valey" (que aparece também em "O Tiro Final" da editora Ediouro), "Bones" e "As Recordações do Capitão Wilkie" (estes dois últimos eu nunca li, então desconheço os locais nos quais podem ser lidos também).

Uma outra curiosidade é que os contos, na verdade, não saíram em livros específicos lá fora. Como eles eram publicados em jornais, coube as editoras escolherem aqueles que queriam colocar em suas edições e adquirir seus direitos de uso. Sendo assim, muitos dos contos aparecem em mais de um livro de contos do autor.


Resenhas:

Vou fazer a resenha de cada um deles separado, com notas individuais, ok?

Lembrando que o livro, na minha opinião, é ótimo. É um passatempo sem igual para quem procura contos leves de terror. Da até para adaptá-los em volta de uma fogueira e assustar seus amigos ;D

1 - O Terror nas Alturas  - Nota: 4

Este conto que abre o livro eu não havia lido ainda. Ele é praticamente uma versão "nos ares" de "a cidade submersa" ou "o mundo perdido". Ou seja, como nestas outras duas tramas (que já resenhamos aqui anteriormente) o desconhecido deve ser explorado e criaturas inimagináveis o habitam sem que os humanos suspeitem de sua existência.

Neste conto, um piloto acaba descobrindo uma "selva aérea" que esta matando outros pilotos que chegam a uma altitude muito alta. O lugar é tão alto que visto da terra as criaturas (em sua maioria são tipo de "medusa") não podem ser vistas. Estes animais se sustentam no ar em volta de uma camada de gotículas de uma substância que parece óleo e tem em seu interior um tipo de gás que as faz flutuar.

É um conto médio,com final trágico, já que o piloto morre e somente suas anotações são achadas (Cômodo, não?) e nada pode ser provado. Mas já estamos acostumados com essa fanfarronice do senhor Arthur Conan Doyle, não é?

2 - O Funil de Couro  - Nota: 5

Eu já este conto duas vezes, mas incrivelmente nunca o resenhei. Ele faz parte de outro livro de contos do autor lançado por aqui que levou o nome de "O Gato do Brasil".

Lionel é um colecionador de antiguidades, em sua sala há os mais diversos tipos de objetos datados de várias épocas. Dentre os objetos há um funil no qual ele chama a atenção de seu amigo, que ao analisá-lo nota a peculiaridade de ele possuir marcas de mordida. Lionel conta que o objeto era usado para tortura e seu amigo, que acaba por dormir nesta sala, está prestes a presenciar algo não imaginado. Será sonho ou realidade?

3 - A Nova Catacumba  - Nota: 4

Este conto também fez parte do livro "O Gato do Brasil", mas também não resenhei na época.

A trama agora soa muito clichê para quem lê gibis (ou até para quem assiste desenhos de heróis), mas suspeito fortemente que Arthur possa ter sido o pai dela ou a ajudado propagar-se.

Nela, um cara chama um amigo para um lugar com artefatos de grande valor que foram descobertos por ele durante uma escavação. Ele quer dividir a descoberta com o amigão do peito e pede para que ele não conte a ninguém onde vão. Só que, nós que já estamos super manjados com isso desconfiaríamos na hora, mas o tolinho acredita e vai como um cordeirinho.

É nesta hora que o "amigão do peito" mostra-se o vilão da trama sacaneando o "inocente amigo" (ou o anti herói que cai nas artimanhas sempre), pois o vilão o arrastou até ali para que ele pague por algum acontecimento do passado, que na maioria das vezes ficou mau explicado e gerou toda essa revolta.

Ou seja, ele só o levou ali para fazê-lo pagar, mas antes bancou o bonzinho e complacente que perdoou a gafe e não guarda rancor. Sim,amigos, uma trama de gibi. Mas acaba com o cara preso lá e o vilão foge de boas! É aí que os gibis colocam o herói pra salvar o azarado, não é mesmo? Mas aqui não há heróis, então....

4 - O Caso de Lady Sannox  - Nota: 5

O terceiro deste livro que também faz parte da coletânea "O gato do Brasil".

Lady Sannox traía o marido e todo mundo sabia disso na cidade, menos o corno, é claro. Afinal o traído é sempre o último a saber, não é mesmo?

O marido, aliás, era a pessoa ais calma e parecia viver feliz em sua inocência dos fatos. Até que a safadinha Lady passa a traí-lo com um médico mulherengo que faz questão de esfregar na cara da sociedade o que eles estão fazendo.

E eis que em uma noite, quando o médico iria sair para vê-la, um homem chega para requisitar seus serviços de médicos para sua esposa. Segundo ele, a mulher se cortou com uma espada que foi embebida e em um veneno mortal e algo precisa ser feito urgentemente ou ela morrerá.

Ok, a coisa meio que se torna um terror aí e o desfecho nos deixa tensos.

6 - O Monstro da Gruta  - Nota: 4

Um senhor adoentado em férias no campo para tentar amenizar seu problema de saúde, ouve uma lenda a respeito de um mostro que habita uma gruta. Ele não acredita em quem a contou, até ouvir um barulho e quem o contou sumir.


Isso o faz querer ter certeza do que se passou e quando ele descobre que toda a cidade não se importa com o sumiço do rapaz, pois acredita que ele simplesmente viajou, não vê outro caminho a não ser livrar-se do monstro de uma vez por todas.

7 - O Gato do Brasil  - Nota: 5

Adivinhem onde só eu já vi esse conto? Isso mesmo, na coletânea "O Gato do Brasil" (ok, se essa não estivesse lá seria uma sacanagem, não é mesmo?)

Um inglês, filho de um pai que pouco se importou em ensiná-lo algum oficio, pois achava que ele herdaria algo dos parentes ricos da família (todos são ricos, menos o pai), vê-se endividado.

Quando um parente regresso do Brasil o convida para visitar sua casa e passar um tempo ao seu lado, ele não pensa duas vezes e vai até lá com a intenção de criar um lanço de confiança e poder pedir-lhe favores financeiros no futuro.

Embora a brasileira casada com seu parente tente alertá-lo, ele acaba tomando a moça por grossa e quase perde a vida. É, bem, às vezes as pessoas mais "grossas" são aquelas que de fatos nos querem bem.

7 - O Enigma do Trem Perdido  - Nota: 5

Outro conto que eu já havia lido anteriormente na coletânea "Aventuras inéditas de Sherlock Holmes" (errou quem achou que eu ia falar "O Gato do Brasil" de novo, ehehehe), embora lá o título esteja como "O caso do trem desaparecido".

Um homem suspeito solicita um trem particular e não muito tempo depois aparece um outro solicitante. A companhia de trens tenta sugerir para o primeiro que ele viaje na companhia do segundo, mas ele recusa terminantemente. 

Claro que há um assassinato no caminho e esse conto é uma "suposta investigação posterior" e embora não se diga o nome da pessoa que mandou as dicas 'de que linha de investigação seguir' para os jornais, acredita-se que quem o fez foi Sherlock Holmes, por isso ele faz parte desta coletânea citada,embora não fique provado que foi mesmo o detetive quem deu as dicas.





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