Ebook: "Possuída Pela Paixão" de Tony Novaes

Título: Possuída Pela Paixão: ninguém se apaixona por acaso

Autor: Tony Novaes

ASIN: B00PDVU0AQ

Editora: Buriti

Ano de lançamento: 2014

Páginas: 262


Disponível em:
(papel) http://tonynovaes.blogspot.com.br/
(ebook) http://www.amazon.com.br/dp/product/B00PDVU0AQ/



Sinopse:
Prestes a se casar com o filho do líder religioso mais influente do Brasil, a jovem e recém pastora Ester se apaixona por Henrique, um paciente de uma clinica para dependentes químicos no Rio de Janeiro, onde ela trabalha como voluntária. Pensamentos e desejos proibidos com esse belo homem a fazem acreditar piamente que sua paixão nada mais é do que forças ocultas invadindo seu coração, por isso tenta libertar-se de todas as formas possíveis do sentimento avassalador que a domina. Sentindo-se derrotada consigo mesma, Ester decide abandonar o trabalho e voltar para a sua vida perfeita, mas descobre que Henrique corre risco de morte. E por ironia do destino um terrível segredo que pode salvá-lo cai nas suas mãos, deixando-a no maior dilema da sua vida.  
Inspirado em fatos reais da vida moderna, Possuída Pela Paixão aborda de uma forma romântica, com pitadas de humor, inúmeras questões relacionadas a crenças, desejos reprimidos, paixão e destino.

Nota:


Resenha:

Esta foi a primeira vez que li uma obra do autor Tony Novaes e fiquei extremamente surpresa. Ele conseguiu me surpreender de todas as formas, mesmo quando eu achava que já havia entendido como a trama se desenrolaria, ele conseguia dar uma reviravolta e tirar as coisas do rumo que eu imaginava. Resultado: fiquei viciada no livro e não conseguia parar de lê-lo!

No começo conhecemos Estela Fernandes, uma jovem mulher de 21 anos, pastora evangélica, devotada ao extremo a sua religião. Seus pais a impuseram uma criação evangélica rígida, escolhendo cuidadosamente cada passo que a filha daria na vida, sem deixá-la ter outra opção.

Totalmente doutrinada e seguindo a risca os ensinamentos da forma que lhe foram interpretados por seus pais. Ela é bem vista pelos fiéis e seus ensinamentos aos demais sempre são bem aceitos. Sua forma de conduzir o culto é apreciada pelos fiéis e cada palavra sua é tida como verdade.

Ela nunca namorou e não acredita em nenhuma forma de amor que não seja apenas o amor a Deus. Mesmo assim, ela tem o desejo de trabalhar com pessoas viciadas em drogas e pede a seu pai sua permissão para isso. Não que sua grande ideia fosse angariar mais fiéis para a igreja, aos poucos nós percebemos que ela é diferente de seus pais e que acha que o luxo em que vivem é um contraste muito grande com a situação de miséria de muitos que vão ao culto, o que a incomoda profundamente.

Seu desejo foi negado por seu pai a princípio, mas agora uma súbita mudança de ideia de seu pai a faz ter a chance de trabalhar como voluntária em uma clínica para dependentes no Rio de Janeiro e ela não perderá a chance de colocar as mãos a obra, mesmo que isso signifique morar por alguns dias na casa da tia Ana Maria (a Naná) e de sua prima Fernanda (Nanda) que não são da mesma religião que ela.

Sua tia Naná, aliás, é tida como uma "macumbeira" (segundo a própria mãe de Ester que tem uma raiva mortal da cunhada), porém a senhora na verdade é uma médium e tenta ajudar as pessoas de sua comunidade com conselhos e através das mensagens que recebe de seus amigos espirituais.

Eu apenas achei um pouco estranho a Naná cultuar imagens de santos, já que os espiritas não tem esse costume, mas a profunda sabedoria da tia é transmitida aos poucos para a sobrinha, mesmo que através de orações conjugadas erradamente. A senhora não quer fazer a sobrinha questionar sua fé, pelo contrário, ela acredita que a sobrinha tem todo o direito de tê-la, mas não resiste a ajudá-la em um momento de grande desespero.

Nanda, sua prima, entra na trama como uma menina levada, um pouco barraqueira e que adora falar um palavrão, mas até ela mostra sua grande sabedoria e acaba ajudando a prima a encontrar o verdadeiro caminho do amor que Deus preparou a ela.

A estória é linda, o conto é lindo e os pais de Ester conseguem quebrar o clima de romance fazendo o papel de vilões levemente atrapalhados em alguns momentos. O autor não fez um livro que falasse que uma religião era certa e outra errada, não, ele fez algo que mostra que a fé e o amor ao próximo são tão importantes quanto o amor ao Criador, e que na virada não há uma religião certa ou uma errada, o certo é viver e ajudar as pessoas ao seu redor da melhor forma possível.

Confesso que fiquei apaixonada pelo livro e agora já vou querê-lo em papel para emprestar para todo mundo. Aliás, eu fiquei me perguntando o porque de o autor não tê-lo lançado por uma editora espírita, já que a trama tem tudo a ver (e, sim, eu já li livros espíritas que começavam falando apenas de personagens em outras religiões e onde o espirita da trama nem tinha tanta importância quanto a Naná tem aqui), mas quem sabe ele não faça isso em uma próxima edição, não?

Certamente eu estarei atenta a outras obras do autor, porque a escrita dele é maravilhosa e ele soube dosar bem os momentos de tensão, seriedade e de humor de uma forma que me cativou totalmente, do princípio ao fim.

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