Livro: "Maria Madalena e o Romano" por Marco Antônio Vieira

Título: Maria Madalena e o Romano

Autor: Marco Antônio Vieira

ISBN: 978.85.9544.038-8
Ano: 2018
Editora: EME

Gênero: Estudo, Espírita, Romance

Informações adicionais:
Número de páginas: 240
Tipo de diagramação: dividido em duas partes, sendo a primeira um romance e a segunda um estudo sobre Maria Madalena e a atuação da mulher nos livros sagrados e no decorrer do tempo
Cor das páginas: amareladas
Fonte: com serifa, agradável para a leitura e tamanho satisfatório, espaçamento entre linhas bom
Capa: brochura fosca, com detalhe brilhante apenas na mulher da capa e com orelhas laterais


Sinopse: 
A transformação do ser humano é sempre possível.
Dividido em duas partes distintas, este livro apresenta, na primeira, por meio de narrativa, o soldado romano Aelius Varus que, durante sua vida no século I, teve um breve contato com Madalena. Arrogante e prepotente, com um futuro brilhante nas tropas romanas, Aelius vai conhecer o caminho da dor após ter sido o carrasco de muitos cristãos do início do cristianismo.
A segunda parte, tão importante quanto a primeira, resgata a história de Maria Madalena, através das informações bíblicas sem perder de vista as bases conceituais da doutrina espírita, dando a ela o verdadeiro papel que desempenhou na vida de Jesus.




 Nota:

Romance:
Estudo:


Resenha:

Deixe-me começar explicando que como o livro na verdade funciona como dois livros distintos, a nota está dividida desta forma também e eu usarei a resenha para explicar isso a seguir.

Na parte do romance temos uma história que se passa anos após a crucificação de Jesus, chamado de Yeshua na trama, quando Roma estava expandindo seu império a troco do derramamento do sangue de muitos judeus e o acúmulo de riquezas.

Os soldados romanos são demonstrados como pessoas prepotentes, arrogantes e desumanas. Pessoas que só vêem nos outros que lhes são "iguais" humanidade e que tratam os demais (pobres e judeus) a base da tortura gratuita e da humilhação pública.

Aelius Varus é o "romano" que dá nome ao título e um dos protagonistas da trama, mas a Maria Madalena não é mais do que uma figura que aparece nos 4 antepenúltimos capítulos e nada mais. O outro protagonista da trama é um judeu, Elios, que é torturado e tem a perna decepada por Aelius quando era apenas um adolescente.

Elios e seu avô, após apanharem muito dos soldados romanos, são socorridos por mulheres que o levam a uma fazenda para tratamento. Lá, Theopilos consegue salvar a vida de Elios e é graças a ajuda gratuita que recebeu no local que ele e seu avô acabam unindo-se a esse povo. Aliás, ele mostra-se um médium e acaba ajudando a toda a comunidade a fugir em hora oportuna.

Aliás, Maria Madalena e até mesmo Maria, a mãe de Jesus, são tratadas como Miriam durante o livro todo, então achei que o título não faz jus a trama. Não que o livro seja ruim, mas acontece que o título cria uma expectativa no livro que não se concretiza e você termina a história do romance sentido-se enganado. Eu mesma, tenho que confessar, possuía uma grande curiosidade pelo livro e não superei ter sido "enganada" assim.

Pois Miriam de Migdal (a Maria Madalena) apenas aparece na fazenda e fica três dias no local. Até chega a parecer que vai rolar alguma coisa mais profunda, um laço de outras vidas, uma forte amizade ou até um reencontro de almas irmãs entre ela e Elias, mas é um banho de água fria, pois ela lhe fala meia duzia de palavras e pronto. Aliás, após ela ir embora ainda aparece uma namorada, Ester, do nada para ele, em uma relação que não vimos se formar, mas que parece bem consolidada "do nada".

Para ser honesta, faltou um desenvolvimento na trama que a deixasse com menos "furos" e uma sensação de maior fluidez, pois parece apenas que foi escrita na correria e talvez abandonada na metade, retomada anos depois e quem o escrevia não lembrava muito bem o que se passou antes, mas bateu preguiça de reler. Uma pena, pois esperava bem mais.

A parte de estudo, porém, parece ter recebido um cuidado maior na hora da obtenção de seu material. Talvez, se o autor tivesse optado por lançar dois livros separados pudesse ter se dedicado a parte do romance de forma tão satisfatória como fez a parte seguinte.

Há um apanhado geral sobre o papel da mulher na sociedade e sobre o como a figura de Maria Madalena e, até mesmo Eva, são descritas nos textos sagrados que conhecemos, tanto os canônicos quanto os apócrifos.

A forma como o autor fala do espiritismo e sobre o contrassenso de termos espíritas que são contra o Evangelho em si no seu dia dia (como quando demonstram seu preconceito contra imigrantes, os pobres e aqueles que tem uma linha de pensamento diferente deles), foi bem exposta e planejada.

Para ser bem honesta acho que recomendo mais a segunda parte do livro do que a primeira e como vi que o autor tem outros livros mais focados na parte de estudo, eu certamente acabarei optando por lê-los mais para frente.


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