Livro: "Crepúsculo / Vida e Morte" de Stephenie Meyer

Título: Crepúsculo / Vida e Morte
Autora: Stephenie Meyer
Tradutoras: Ryta Vinagre / Regiane Winarski e Ryta Vinagre

Editora: Intrínseca
Ano de publicação: 2015
ISBN: 978.85.8057.855-3
Gênero: Romance, ficção fantástica

Informações adicionais:
Número de páginas: 343 + 393 (versão vira-vira)
Tipo de diagramação: simples
Cor das páginas: amareladas
Fonte: agradável para a leitura e tamanho satisfatório
Capa: capa simples, brilhante, com orelhas

Sinopse:
Novamente, os leitores vão se apaixonar pela arrebatadora história de amor de Bella e Edward... ou, quem sabe, será uma primeira vez. A edição especial de aniversário inclui um conteúdo extra e exclusivo: Vida e morte, nova versão em que a autora inverte o gênero dos principais personagens.

Em Vida e morte os leitores vão se maravilhar com a experiência de ler a icônica saga de amor agora pelos olhos de um adolescente que se apaixona por uma sedutora vampira. Numa publicação ao estilo “vira-vira”, a edição comemorativa traz mais de 400 páginas de conteúdo extra, além da nova capa, com Crepúsculo de um lado e Vida e morte de outro. Os milhares de fãs de Bella e Edward não vão querer perder a oportunidade de ver seus tão queridos personagens em novos papéis.

“Fico maravilhada que já se tenham passado 10 anos da primeira edição de Crepúsculo”, comenta a autora Stephenie Meyer. “Para mim, esse aniversário é uma comemoração dos fãs, que sempre foram inacreditavelmente dedicados e apaixonados.”





Nota:
Crepúsculo:
Vida e Morte:


Diagramação e outras informações sobre a obra física:

Eu perdi a conta de quantas vezes coloquei ele na lista de desejados do skoob e quantas eu retirei, achando que não leria. Afinal, faz um tempão que li as obras originais e odiei o encerramento dela ("Amanhecer" foi o pior final de uma saga que eu já li, na minha humilde opinião). Porém, quando a encontrei na banca de jornal por apenas R$ 29,90, não resisti, comprei a edição e comecei a leitura.

Esse é o primeiro livro "vira-vira" que eu comprei na vida e, embora tenha ficado irritada no começo, comecei a gostar da ideia de carregar um único livro a invés de 2 por aí. Afinal qual seria a graça de ler apenas um se eu não poderia ler o outro para comparar?

A diagramação é exatamente a mesma de anos atrás. Apenas com alguns dizeres da autora. Eu havia ouvido que ela havia incluído trechos e mudado algumas coisas na obra o original que ela não havia gostado, mas relendo ela me pareceu exatamente a mesma (talvez não tenha sido retraduzida ou talvez a coisa seja tão sutil que escapou a mudança na tradução).

A fonte tem tamanho satisfatório, é serifada, as páginas são em tons amarelados e (para quem tem coragem de usá-los) a capa e a contra capa possuem orelhas.


Resenha:

Crepúsculo é a estória de amor de uma menina chamada Isabella Swan por várias pessoas a sua volta: sua mãe, seu pai e o garoto bonito e extremamente pálido que parecia ter ficado extremamente revoltado em vê-la e ter que dividir a mesa com ela na sala de biologia.

Não se trata de uma trama apenas sobre o amor entre uma moça e um rapaz, é muito interessante ver as outras formas no qual o amor é abordado na obra como um todo. Mas essas "formas" ficaram meio perdidas em "Vida e Morte", o que soa um pouco decepcionante.

É claro que no novo livro dá para ver o quanto Beau Swan é apaixonado pela mãe e adquiri uma forte admiração pela convivência pacifica e tranquila que possui com o pai. Mas o tempo todo o sentimos distante dos Cullen, enquanto que com Bella a coisa toda parece fluir mais naturalmente.

Não que a Bella pareça amar Rosalie de cara, não é isso. Mas dá para sentir uma diferença sutil entre o como ela encara aquela que foi transformada para ser o amor de Edward, enquanto que para Beau: Royal é só o cara que ele aprende a não ligar.

Aonde Bella tenta se apegar na humanidade para entender as pessoas, Beau parece deixar de lado para não perder tempo pensando nisso. Pois na cabeça do garoto o que vale é só a namoradinha bonitona dele.

Tanto Edythe quanto Edward passaram vidas longas e solitárias, revoltaram-se com sua condição em algum momento e buscaram redimição de Carine/Carlisle e Ernest/Esme. Mas quando lemos Crepúsculo temos a impressão de que Edward sofreu mais, enquanto Edythe parecia alguém mais segura de si e sem duvida alguma sobre o quanto era bom ter tempo para as suas coisas. O que soa até interessante, já que em obras semelhantes é sempre a mulher que enfrenta um calvário maior e acaba colocando fim ao seu sofrimento ao deparar-se com o amor.

Falando sobre os pais vampiros da trama: fica visível na obra o como a doutora Cullen e o doutor Cullen são vistos de forma bem diferente pelos demais. Enquanto no trecho em que conta sobre o médico em "Crepúsculo" Charlie o elogia por conta de sua capacidade, em "Morte e Vida" a médica é descrita como alguém capaz, mas sua beleza é o ponto mais apontado na conversa. Até mesmo quando Beau a vê faz questão de pontuar o como a "mãe" de Edythe se parece com as atrizes mais bonitas do mundo para ele.

Já para Esme, enquanto a autora faz questão de pontuá-la como uma boa mãe, dedicada e "decoradora", Ernest não tem que provar nada para ninguém. Aliás, em momento algum ele é descrito como tendo qualquer tipo de profissão, hobby ou passatempo. O "pai" de Edythe nem é lembrado por Charlie, enquanto Esme é "uma boa mulher que aceitou que seu marido morasse em um lugar onde ganha menos do que merecia". Como se, socialmente falando, a moça tivesse mesmo algum poder de escolha sobre a vida do marido, não?

O passado dos personagens em "Morte e Vida" é levemente mencionado em alguns trechos, mas em nada é aprofundado como acontece em "Crepúsculo". De fato, não vemos que Archie tenha sofrido qualquer coisa ao descobrir quem o transformou. Enquanto Alice sofre um baque terrível ao se dar conta de que de fato estava em um sanatório e que sua família ainda tinha descendentes vivos por aí.

Royal é o único que parece se dar conta de que as pessoas que ele amava e que realmente eram seus consanguíneos não podem ser visitados por ele, para o bem deles e dele próprio. Ele parece estar fechado para novas amizades por conta disso, mas seu drama é pouco comentado, pois não é interesse de Beau nada que diga respeito ao rapaz. Bem diferente de Bella, que entendeu o sofrimento de Rosalie e tentou diminuir a distância entre elas no decorrer dos outros livros.

Os lobos são outro ramo da trama que ficou relegado a poucas linhas nessa nova versão, até mesmo a conversa mental que Edythe tem com um deles ao final fica sem ser explorada, já que a autora optou por um final clichê (uma parada na corrida para um beijo avassalador).

Isso após ter feito um final tão interessante de verdade ,e mais próximo da "realidade", ao fazer com que Beau visse o seu próprio sepultamento e entendesse a dor que causou aqueles que lhe eram caros (mas ele esquece isso tão rapidamente que toda a carga dramática anterior fica vaga).

Não que "Vida e Morte" seja ruim, o livro é bom, mas esta cheio de pontas soltas e tramas vagas. A autora deveria mesmo ter lançado "Midnight Sun" ao invés dele, sabe? Afinal faria mais jus a verdadeira obra do que este aqui.

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