Livro: "O Toque da Vampira" de Christine Woodward

Título: O Toque da Vampira
Título Original: Rogue Touch


Autora: Christine Woodward
Tradutor: Caco Ishak
Editora: Novo Século
Ano: 2014
ISBN: 978-85-428-0167-5
Gênero: Ficção, Literatura norte-americana, Romance


Informações adicionais:
Número de páginas: 328
Tipo de diagramação: simples
Cor das páginas: amareladas
Fonte: agradável para a leitura e de tamanho satisfatório

Nota:

Eu terminei de ler este livro nesta semana e vou confessar que minha reação inicial não foi das melhores. Enquanto eu lia só conseguia pensar: “nunca que a Vampira ia fazer isso” ou “nunca que ela ia ser tão tonta atrás de um homem” ou até “até parece que se realmente ela fizesse algo assim (não vou determinar exatamente o algo assim, porque é um big spoiler, eheheh), ela não contaria para os X-men quando os conhecesse. E como o Xavier não descobriu?”. Mas eu deixei os dias correrem, respirei fundo e pensei: “Ana Alice como você é chata, tá louco!” e me obriguei a ver a coisa por uma nova ótica. (E logo ali embaixo fiz a resenha, sem chiliques).


Só para explicar um pouco, eu sou daquelas que assistia “X-men a animação” (a clássica) na TV, depois ainda assistiu “Evolution” (com a Vampira em sua versão ‘emo’) e mais recentemente “Wolverine e os X-men”. Ou seja, eu percebi que eu estava muito focada naquela Vampira da minha infância e achava que as outras não ficavam tão legais quanto. Mas, quer saber? Isso só torna as pessoas chatas, porque foram as Vampiras dos desenhos posteriores que fizeram muitos comprarem gibis depois e foi por causa disso que até lançaram uma revista dela (4 miseras edições, mas lançaram) no início de 2000 (o que, pare pra pensar, já faz ano pra caramba também! Oo).

Resumidamente, o lançamento deste livro pela Novo Século faz com que novas pessoas conheçam essa personagem dos X-men que eu tanto gostei (e ainda gosto). Só não abre caminho para novas revistas dela porque... bem, quem acompanha o mundo das HQs sabe que os X-men estão para serem descontinuados e só os Vingadores seguem a boa vida na casa do Mickey Mouse... Pena... A Disney, a Fox e o mundo podiam entrar em um acordo, não? Mas, isso não vem ao caso, vamos a resenha em si (antes que vocês sumam daqui por eu falar tanta coisa sem sentido!)

Capa e diagramação:

capa original
A capa nacional é similar a capa original. Digo “similar” porque, acredite, aqui ela esta menos feia! A moça, que não é a atriz que fez ela nos filmes (não, não é, então não adianta querer dizer que é) esta exatamente na mesma pose, o fundo é vermelho e o loguinho da Marvel esta no rodapé. Mas, misericórdia, que borda gigante neste logo é essa? Qual a necessidade disso,minha gente? Ainda bem que a editora Novo Século deixou ele menor, sem uma borda gigante e limpou assim o visual da capa (neste caso o menos foi mais e deu uma super melhorada!).

Outra coisa gritantemente feia na capa original é a fonte usada para o título e o tamanho dela. Minha gente que faz diagramação para os Estados Unidos e Canadá (a fonte deste aí) isso aqui é uma capa de livro, não um outdoor! Compreendem? Sorte que a editora brasileira deu uma boa arrumadinha aí também.

A única coisa que permaneceu igual foi a fonte e forma do nome da autora (embora esteja mais para cima), mas em algo o pessoal de lá tinha que ter acertado,não? (Sim, eu disse que fui a chata, mas estou sendo bem honesta em dizer que a capa daqui é bem melhor, os designers, capistas, diagramadores e todo esse pessoal que estuda anos para isso agradecem, pois estava terrível antes).

Só uma única coisinha na capa da editora Novo Século não ficou bacana: eles escureceram muito a roupa dela (não parece na imagem inicial desta postagem porque aquela é a divulgação, não a versão impressa). Então, não dá para perceber que a mocinha “veste” (embora pareça bem mais uma montagem) a roupa que a Vampira usou nos filmes. Uma peninha, pois daria um charme a mais (mesmo não acrescentando nada na história)...

capa, contra capa e orelhas
Bem, a unia arte é a da capa,mas o livro possui orelhas (bem grandes aliás) vermelhas, além de a contra capa ser da mesma cor. Na parte de trás há uma sinopse e alguns comentários de autores originais da Marvel, bem o logo das produtoras (o Omelete deve ser patrocinador... não sei). Mas, vamos combinar, eu não gostei do fundo vermelho com escrito branco não, ficou estranho.

páginas internas, abre de capítulos

Partindo para a parte de dentro do livro. As folhas são em tons amarelados, o que ajuda e muito na leitura e a diagramação é bem simples, mas eficiente. Não há detalhes nos abres de capítulos, ou seja, é uma diagramação bem simples mesmo.


Resenha:

(Para as pessoas que leram os gibis, viram o filme ou assistiram o desenho mais antigo) A história de criação da Vampira no livro foi alterada. Sim, Cody está lá em coma e ela lembra de tudo o que era recordação dele, mas a semelhança morre aqui.

Está Vampira morava com uma tia Carrie, um tipo de carola/beata, que ficou incumbida da criação da menina após seus pais desaparecerem misteriosamente. O que dá para se entender é que eles faziam parte de uma seita que cultuava discos voadores, mas o ponto não é muito explorado e não fica realmente bem claro o que houve de fato com eles, apenas que ela morou com a tia por conta disso.

Apesar de tudo, é bem interessante acompanhar as lembranças dela sobre a época na qual morava com a tia. Após o que aconteceu com Cody, ela fica desesperada e faz um teste para saber se realmente aquilo foi real (mas não na tia, calma, é em outro ser vivo) e é isso que a faz fugir. Em vias de fato, ela não é expulsa. Mesmo que a tia fosse rígida, ela não chega a saber o que houve e a expulsá-la de fato. A Vampira só faz a arte, atesta que ela fez porcaria e some no mundo. (O interessante é a tal Carrie nunca ter se dignado a procurar, mas vamos entendê-la, não? Afinal os pais da menina também sumiram, deve ser algo genético na cabeça dela, não é? ehehe).

Quando começamos a estória, Vampira já está morando em Jackson, Mississipi, após fugir da casa da tia. Ela trabalha em uma padaria no período noturno, reproduzindo as receitas, deixando bolos prontos para serem vendidos no dia seguinte e limpando o banheiro. Sua chefe, Wendy Lee, vive bem arrumada e é uma ótima cozinheira e apenas a contratou porque nem desconfia do que a garota é capaz.
Embora tenha pouco, ela consegue se sustentar e pagar o aluguel de onde está. Porém, uma noite ela vê um homem a espreita (depois ficamos sabendo que seu nome é “James” e posteriormente Touch) enquanto ela vai trabalhar.

Se você reparar verá que o título original (Rogue Touch) é o codinome dos dois personagens, mas no título nacional o sentido acabou se perdendo um pouquinho. Voltando ao moço, tristemente ele se veste tal qual ela, e na calada da noite dois esquisitões vestindo roupas de frio chama a atenção de alguma vizinha da padaria que comenta com Wendy Lee. A chefe, por sua vez, acaba demitindo a Anne Marie (que vem a ser o nome da Vampira).

Sem eira e nem beira, Vampira está na rua. Sem condições de se alimentar, ela tem que recorrer ao seguro social, mas sabe que em breve não terá aonde morrer, pois não poderá pagar o aluguel.
A vez seguinte em que ela encontra o rapaz é bem tumultuada, mas digamos que logo eles estão em um carro, andando pelos Estados Unidos, fugindo de policiais e algo mais. E, bem, embora o rapaz seja bem esquisito, ele é engenhoso, e é ele quem a chama de Vampira pela primeira vez (aqui pelo menos).

Embora em português o codinome dela seja Vampira, digamos que Caco Ishak deve ter penado muito para tentar transformar a explicação dele plausível. Já que Rogue (do original) é um tipo de “trapaça” nos jogos e não tem nenhum sentido com a tradução adotada para o codinome dela no Brasil. Embora, convenhamos, com o dom de sugar a força vital das pessoas que ela tem, Vampira faz bem mais sentido mesmo.

O modo de agir da Vampira pela maior parte do tempo é o de uma garota apaixonada, que faria de tudo para ficar com quem ama. Mesmo o cara sendo casado com uma loira (Gambit, é tu? Só que não!) e tendo um filho (é não é mesmo). Ela enfrenta um monte de gente e não recebe muitas desculpas plausíveis do rapaz ao longo da trama para justificar o porque de ele estar sendo perseguido. O que me faz crer que a Vampira atrai mesmo os tipos mais complicados para a sua vida, heheh (oh, dó!).

Para quem tem a mente mais e não liga de ler algo que soa uma fan fiction em muitos momentos, o livro é bem bacana. Ele é, com certeza, mais bem aproveitado por quem não tem nenhuma ideia do passado da garota, mas quem gosta da personagem pode tentar encarar isso de outra forma e se divertir um pouco com a leitura também.

Aliás, esse livro faz parte de uma coleção de vários lançados pela Novo Século com estórias de diversos heróis da Marvel sob outra ótica. Alguns deles como “Espelho Negro” e “Arma X” (este último sai no mês que vem), já foi lançado anos atrás em versão pocket com um papel que lembrava jornal no miolo (eu tenho esse “Espelho Negro” na versão antiga e confesso que achei ele muito bacana).

Então, boa leitura!


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