Autor: Alexandre Cumino
ISBN: 978.85.370.1145-4
Ano: 2018
Editora: Madras
Gênero: Estudo, religioso, Umbanda
Ano: 2018
Editora: Madras
Gênero: Estudo, religioso, Umbanda
Informações adicionais:
Número de páginas: 216
Tipo de diagramação: Dividido em três partes marcadas com a imagem inicial de cada uma com os tridentes de Exu e Pombagira. A primeira parte explica como surgiu o conceito do Deus único e do Diabo através da igreja católica, a segunda sobre Exu no Umbanda e a última uma coletânea de textos de autores diversos sobre o tema Exu.Páginas amareladas e fonte com serifa.
Sinopse:
Afirmar que “Exu não é o Diabo” é muito certo, fácil, tranquilo e claro para todos que conhecem Exu Orixá ou entidade, também considerado guia, guardião, amigo e mestre. No entanto, nesse contexto, não basta dizer quem é Exu, mostrá-lo, revelá-lo ou desmistificá-lo. É preciso questionar, também, quem é ou o que é Diabo. Da mesma forma que as pessoas acham que sabem quem é Exu, também acham que sabem quem é Diabo. No campo dessa ciência nada exata chamada “achologia”, a base fundamental é a ignorância, mãe do preconceito, de onde surgem as definições, associações e ligações mais absurdas e até mesmo ridículas. No fundo, a grande maioria das pessoas não sabe nem quem é Exu e muito menos quem é ou o que é “Diabo”. Quando um grande número de pessoas passa a crer em algo, por mais que esteja errado, aquilo passa a ser considerado certo no conceito popular, no “senso comum”. Em Exu não é Diabo, temos a oportunidade de revisitar todas essas questões com “senso crítico”, por meio de pesquisa, conhecimento, inspiração do autor e seus mais de 20 anos vivendo essas verdades na Umbanda.
Nota:
Resenha:
Primeiro livro que leio do autor Alexandre Cumino e também o primeiro voltado aos estudos de Umbanda como religião em si e suas crenças. O livro é dividido em três partes, sendo a primeira voltada a explicar o conceito de "diabo" difundido pela igreja católica anos e anos atrás e com o tempo passando ser adotado pelo consciente coletivo e até os dias atuais aplicados a muitas das religiões que vieram depois dela (tais como os evangélicos e protestantes).
Ou seja, logo de início somos apresentados a história de deuses e deusas de diversas religiões que existiam antes de o catolicismo dar outras interpretações e jogar a elas o rótulo de "demoníacas" por não seguirem a aquilo que agora era pré estabelecido como "a verdade a absoluta". É interessante pontuar que o autor usa a própria Bíblia como parâmetro para mostrar que haviam muitos "vilões" para Deus e que muitos deles trabalhavam a mando dele (como por exemplo quando Deus manda seus anjos fazerem valer as pragas no Egito por insubordinação do povo quanto a Ele), mas que foram traduzidos e interpretados ao logo do tempo como um "diabo único" e nomeado de Lúcifer, que nas escrituras originais nunca chega a aparecer assim, mas como "o portador da luz" ou a "estrela mais brilhante/da manhã". Também pontua que muitos textos apócrifos é que são os adotados pelos padres para explicar "o diabo".
Na segunda parte, o autor discorre ainda sobre os "deuses" e "deusas" ao longo da história, chegando a citar que os próprios Judeus, os seguidores de Cristo, não tinham um Deus único e cultuavam em suas próprias casas seus deuses. Aliás, era comum as pessoas fabricarem a imagem de seus deuses para usá-los como proteção em seus lares o que, posteriormente, é transformado em "simbolo de heresia" pela igreja católica, que visa a fazer as pessoas irem até suas edificações para cultuar Deus e, assim, aplicar a sua exata forma de interpretá-lo como a única, verdadeira e inquestionável.
Nessa mesma época, ela passa a usar a imagem popular dos deuses de outras religiões como as muitas faces do "demônio", apegando-sede elementos até então tidos como sagrados para modificar seus significados, tais como os chifres que passam a ter uma conotação negativa agora, embora significassem fertilidade e poder (vide os vikings que os usam em seus capacetes, ostentando-os com orgulho).
É nessa parte também que o livro explica em si o que é o Exu e porque ele passa a ser visto como "o demônio" para a religião católica e, com o tempo, esse conceito passa a ser adotado por outras religiões também que não o entendem e o temem como "um diabo". Inclusive, o texto também fala como dentro da própria umbanda existem pessoas com pensamentos equivocados quanto aos Exus e que os imagina como entidades ruins, ao passo que sendo uma das sete linhas de trabalho, nenhum deles poderia ser um trabalhador da luz, caso não houvesse merecimento.
A última parte do livro é uma coletânea de diversos textos de vários autores sobre Exus, tanto na literatura de estudo quanto na fantástica/romance.
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