Livro: "O Fio do Destino" de Zibia Gasparetto, pelo espírito Lucius

Título: O Fio do Destino

Autora: Zibia Gasparetto, pelo espírito Lucius

ISBN: 978.85.7722.251-3

Ano: 2015 (2ª edição)

Editora: Vida e Consciência

Gênero: Romance Mediúnico, Espírita, Romance


Informações adicionais:
Número de páginas: 416
Tipo de diagramação: abres de capítulos simples, a diagramação do texto é em fonte serifada e de tamanho agradável para a leitura.
Cor das páginas: brancas
Fonte: serifada, agradável para a leitura e tamanho satisfatório
Capa: brochura brilhante, com orelhas laterais, contra capa com imagens trabalhadas e fotografias nas páginas iniciais.


Sinopse: 
Nova edição de um dos grandes sucessos de Zibia Gasparetto, lançado originalmente em 1988. Em uma trama surpreendente, a autora relata duas das encarnações de seu mentor espiritual Lucius: a mais antiga como membro do Parlamento inglês, e a outra como escritor e juiz na França. Uma envolvente narrativa, que propõe uma reflexão sobre o apego excessivo a bens materiais e ensina que o autoconhecimento e o perdão são essenciais para o amadurecimento e crescimento do espírito.

Nota:


Curiosidade:

capa antiga (das primeiras edições)
Esses dias, fuçando em minha estante, percebi que li vários livros da autora e nunca os resenhei. Como parece existir um tabu tão grande de obras espíritas e algumas pessoas me dizem até ter medo de lê-las, eu decidi fuçar nas coisas e resenhá-los (mesmo após tanto tempo) para mostrar que são livros agradáveis e que não há nada de errado em lê-los.

Aliás, a literatura espírita, em sua grande maioria, são romances que não falam de religião em 99% do livro, o que eles falam é de mudança de atitude para o bem e a caridade. Ok, a maioria acaba tendo um espacinho para "vidas passadas", mas quem não acredita pode ver esse trecho como ficção, da mesma forma que encara como ficção quando aparece em filmes e novelas, ok? O ponto é, ler esses livros é sim muito bacana e não há nada de errado nisso.

Faz um tempinho que a Zibia Gasparetto anda relançando suas antigas obras com novas capas e uma nova roupagem interna na diagramação. Saem aquelas letras miúdas (que são um terror para quem usa óculos) e entram fontes levemente maiores, com espaçamento maior entre as linhas e recuos nas extremidades para descansar a vista.

Quem faz diagramação ou tem uma leve noção disso por estudar na faculdade (eu me encaixo nesse segundo grupo) há de concordar que se você pegar a versão antiga e a nova dará muito mais vontade de ler a nova, pois é bem mais agradável a visão.

Outra coisa que vale pontuar são as mudanças nas capas. As capas antigas, que em sua maioria eram desenhos a mão, flores ou fotos de pessoas em montagens (até meio estranhas), foram substituídas por fotos de modelos em estudios ou cenários pré montados e seguem a mesma linha das outras capas da editora.

Alguns livros receberam também alteração de palavras mais cultas para uma linguagem mais atual (não todos, apenas os que estão escrito "Nova Edição" e este é um caso).


Diagramação:

Eu ganhei este livro de presente de Natal do meu namorado o ano passado, e ele realmente é um livro lindo para se dar de presente a alguém, pois o trabalho feito em seu interior é maravilhoso. A capa vem com orelhas laterais (que eu não uso nunca, mas tem quem use) e na contra capa e na primeira e última página do livro há imagens de cartas antigas (que eu creio serem a maioria escritas em francês, mas não sei o idioma, eu suponho pelas palavras que eu conheço, ok?).

As páginas seguintes trazem mais uma foto do modelo da capa e uma breve biografia de Lucius como mentor da autora (uma que é padrão nos livros dela), posteriormente há uma imagem de duas páginas do relógio de Londres com a ficha catalográfica do livro.

Todos os abres de página começam com a imagem desenhada de uma pena de escrever. Ou seja, é um livro todo cuidadoso, belo em seus mínimos detalhes e com uma trama que envolve a muitos leitores.







Resenha:

Não é que Lucius tenha tido apenas essas duas únicas vidas da obra (afinal,em nenhuma delas ele se chama Lucius e acho improvável que ele adotasse o nome se não se identificasse com ele, certo?), mas a ideia é mostrar que todos somos falhos e precisamos evoluir moralmente.

A história começa em Paris, no ano de 1891. De família abastada, ele atende pelo nome de Jacques, e após o falecimento de seu pai, cabe a ele o papel de homem da casa. Mas, digamos, ele não é uma pessoa lá muito boa e correta. Ainda estudante e com a família com as contas a beira de entrarem no vermelho, Jacques não quer perder a boa vida que tem, nem aceita admitir que talvez seja melhor parar de estudar para que sua mãe e irmã não se privem das coisas.

Na verdade, é bem o contrario. Ele pouco parece se importar com o bem estar delas, querendo apenas manter sua aparecia e boa vida, não se importando com o quanto os gastos desenfreados dele possam colocá-los em uma situação ainda pior financeiramente.

Como era de costume na sociedade machista e patriarcal da época, Jeaques vê sua irmã como uma espécie de "objeto" a ser vendido em um casamento rico para que ele possa continuar a desfrutar de sua vida desregrada. Lenice, sua irmã, não gosta do rapaz em que será obrigada a casar para que isso possa pagar as dividas de sua família, mas sua opinião não é respeitada.

Lenice chega a recusar o casamento com Lasseur, um rapaz que até então não ia para a cara de Jacques, mas que como é de família rica e gostava da moça, pode desposá-la "sem problemas". Ela lhe diz com todas as letras que só lhe tem amizade, que não há um amor reciproco para dar ao rapaz, mas ele é orgulhoso demais para aceitar um não e jogará baixo para conseguir o que quer.

Sem chances de fugir de seu destino, Lenice acaba se casando com o rapaz, e isso em nada parece abalar seu irmão Jacques. Aliás, ele não se importa em nada com o drama da irmã, simplesmente volta para a faculdade e a farra como se aquele mundo lhe pertencesse por direito e que casar sua irmã para ter dinheiro novamente não fosse "nada".

Mas, digamos que a vida vai pregar algumas peças nesse rapaz, mas não apenas nele. É interessante ver que o drama de Lenine não é deixado de lado, ela também passa por muita coisa após o casamento e vemos o como se transforma para melhor. Mas o ponto alto, sem dúvida, é o como o peso da culpa (que chega com o tempo e após acontecimentos que marcam a própria vida de Jacques) uma hora bate a porta e ele verá que forçar a irmã a casar não foi algo bom.

Você deve estar se perguntando: "mas o livro não diz duas vidas de Lucius?" Sim, ele diz mesmo, mas a segunda vida dele, que é anterior a esta, só é mencionada bem para o final, e ela meio que explica o porque ele tinha que passar por situações financeiras e amorosas tão conturbadas e o motivo de suas dívidas nessa vida serem com as pessoas ao seu redor nesta daqui.



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