Livro: "Leila, a filha de Charles" por Denise Corrêa de Macedo, pelo espírito Arnold de Numiers

Título: Leila, a filha de Charles - a história não revelada de Yvonne A. Pereira

Autora: Denise Corrêa de Macedo, pelo espírito Arnold de Numiers

ISBN: 978.85.66805.81-9
Ano: 2016
Editora: EME

Gênero: Romance Mediúnico, Biografia

Informações adicionais:
Número de páginas: 272
Tipo de diagramação: primeira e última páginas coloridas e com imagens fotográficas, título centralizado e em caixa alta e texto com fonte serifada
Cor das páginas: brancas
Fonte: com serifa, agradável para a leitura e tamanho satisfatório, espaçamento muito bem trabalhado
Capa: brochura fosco com a personagem central brilhante, com orelhas laterais


Sinopse: 
Na literatura espírita nacional já tomamos conhecimento de algumas experiências reencarnatórias desse grande espírito que foi na Terra, em sua última roupagem física, a médium e incansável trabalhadora espírita Yvonne do Amaral Pereira. Vamos agora conhecer, através da narração de Arnold de Numiers, mais uma experiência de Yvonne. Uma história arrebatadora e emocionante que revela todo drama vivenciado por aqueles que se entregam ao suicídio, seja consciente ou inconsciente, fugindo da vida e das responsabilidades assumidas, julgando assim se livrar de suas dores e sofrimentos. A par de todo esse emaranhado que reúne sempre os espíritos comprometidos entre si, nos sensibilizamos ao constatar o imenso auxílio recebido do Alto através dos espíritos benfeitores que não se cansam de apoiar, confortar e orientar todos aqueles que atravessam dificuldades e provações. É um convite amoroso para que aprendamos a abrir nossos corações e apurar nossa sensibilidade e, assim, conseguir perceber e nos guiar por esse auxílio.





 Nota:




Importante:

Deixe-me apenas começar dizendo que eu não recomendo que se leia este livro avulso, pois ele é, de certa forma, uma continuação de outros. Eu o li primeiro e fiquei bem perdida, até criei uma certa antipatia pela "mocinha" no começo, pois ela não me parecia muito preocupada com as pessoas a sua volta e demorou muito tempo para que eu conseguisse ler sem pensar o como ela parecia insensível aos demais e, ao mesmo tempo, tomava atitudes descabidas.

Antes deste livro é recomendado ler estes outros aqui, na sequência:

  • "Sublimação" por Yvonne Pereira, editora FEB
  • "Nas Voragens do Pecado" por Yvonne do Amaral Pereira, editora FEB
  • "O Cavaleiro de Numiers" por Yvonne do Amaral Pereira, editora FEB
  • "O Drama de Bretanha" por Yvonne do Amaral Pereira, editora FEB
  • "Um Caso de Reencarnação" por Yvonne do Amaral Pereira, editora  F. V. Lorenz
  • "Leila" (aí sim, leia este) por Denise Corrêa de Macedo, editora EME
  • "Recordações de uma mediunidade"Yvonne do Amaral Pereira, editora FEB

Aliás, todos esses livros nem mesmo foram lançados nessa sequência, o que dificulta um pouco mais de se saber que eles são sobre o mesmo "drama" (por assim dizer), já que são as histórias dos mesmos personagens, mas em encarnações diferentes (então eles tem outros nomes nos outros livros e outras afinidades, mas no decorrer deles você vai descobrindo quem foi quem e os motivos de passarem por tais coisas naquela vida).

A protagonista neste, Leila, reencarnou como essa senhora Yvonne do Amaral Pereira e ela é bem famosa no meio espírita do Rio de Janeiro (eu confesso que não a conhecia, mas comecei a fazer pesquisas para entender esse livro que estava lendo, pois fiquei perdidinha).

Ela, que já é falecida, não teve acesso a sua encarnação anterior nesta vida, mas lhe foi permitido escrever sobre as anteriores e os espíritos que lhe ditaram elas (as quais ela não sabia qual era o laço que os unia na última vida) foram próximos de si, seu marido (Roberto, neste livro aqui) e seu pai (Carlos neste livro, mas que ela carinhosamente chamava de Charles e eu explico na resenha o motivo, prometo).

Yvonne, que na última encarnação foi uma escritora espírita e trabalhou com a caridade, só soube que veio em resgate nesta encarnação por ser suicida reincidente (sim, ela se mata do livro de "Leila", que era sua encarnação anterior, mas já havia se matado em "O drama de Bretanha") e veio a Terra para viver o tempo que lhe restava da vida anterior, porém ela conseguiu resgatar seus débitos e lhe foi permitido viver mais que os 42 anos programados.

E, diferente da encarnação anterior no qual ela viveu no luxo, ela veio na pobreza, para aprender a dar valor ao que teve, como foi suicida, veio com a saúde frágil, e como abandonou o marido (que realmente a amava e ela mesma realmente o amava, mas só descobriu depois que já havia saído de casa) e a filha e eles vieram a falecer, não pode constituir família nesta. Aliás, o espírito que lhe ditou a maioria de suas obras, seu marido Roberto, só parou de fazê-lo quando reencarnou e, por um daqueles mistérios do destino, mesmo tendo nascido lá na Polônia e sendo judeu, ele a encontrou aqui no Brasil e queria conhecê-la, mas ela não poderia pois atrapalharia a encarnação de ambos. Ele, inclusive, veio a falecer antes dela, meso sendo bem mais novo que ela nesta vida.

Então, eu recomendo que quem for ler faça uma pesquisa sobre a Yvonne A. Pereira antes ou, o que era até melhor, leia seus livros. Embora alguns dele datem da década de 70, eles foram relançados pela editora e ainda são disponíveis no catálogo.

a capa completa da obra é lindíssima
Além disso, Leila tem uma capa e contra capa maravilhosos, que me chamaram a atenção desde a primeira vez que vi e eu preciso mesmo compartilhar com vocês, então segue-se a imagem ao lado.

Agora, esclarecido os motivos de eu não recomendar que se comece a ler por esse, vamos a resenha em si.


Resenha:

Como dito antes, esse livro é sobre a encarnação passada de uma pessoa real, que a pouco tempo faleceu. Embora ela, como médium, tenha recebido a autorização de conhecer algumas de suas outras encarnações e ela as tenha transformado em livros (cuja sequência já coloquei na parte anterior também), este livro ela não poderia escrever, pois era de sua encarnação anterior a que estava vivendo e com ele ela acabaria por descobri (de certa forma) que precisava redimir-se de ter sido suicida mais uma vez e outras situações. Por isso, essa trama aqui só foi publicada após o falecimento dela, por outra autora, a Denise Corrêa, e o livro que vem depois na sequência é quase que um "resumo" sobre o que ela lembrava nessa vida, então "não, ela não escreveu sobre a próxima encarnação dela, calma pessoa afobada".

Como Leila, a Yvonne, morava em um palácio e era muito amada por seu pai Don Carlos, que era médico, e por sua mãe Constância. Mas como ela era mais apegada ao pai, a mãe sentia certo ciúmes da relação entre eles, e se eu tivesse lido os outros livros saberia que era porquê salvou ela da morte em uma vida anterior e Constância que era para se casar com ele naquela vida, não aceitava isso e achava que havia algum tipo de romance entre eles. (Está vendo como não é om começar com esse? Então, eu avisei).

Leila vai para uma instituição católica para estudar, um convento, como era costume naquela época (já que a história se passa por volta de 1864) e eles moravam na Espanha e tinham também um palácio em Portugal. Pois como médico Dom Carlos Ramiro era muito rico, porém aplicava muito do seu dinheiro na caridade e era espiritualista. Seus hospitais, em ambos os países, atendiam as pessoas mais necessitadas e não é dito se cobravam ou não, mas dá para s entender que a cobrança era algo simbólico dos que não podiam pagar e realmente existia aos que podiam pagar (afinal, dinheiro precisa circular para continuar pagando a manutenção das instituições, né?). Também não é dito, mas creio que ele tivesse outras fontes de renda.

A mãe, Constância, não gostava que o marido fosse espírita, e dá a entender que ele era católico como ela quando se casaram, mas trocou de religião e da forma de ver a vida após trabalhar como médico e o nascimento da filha. Aliás, muitos dos outros médicos do hospital fizeram o mesmo, incluindo seu melhor amigo Dom Carlos Canallejas (e como os dois chamam Carlos eu me confundia por várias vezes sobre quem estavam se referindo no livro, uma loucura!).

Quando volta para casa nas férias, antes mesmo de completar seus estudos, Leila, que dizia sentir-se sempre muito sozinha no convento sem o convívio com o pai e a mãe, pede que seja feito um sarau. Pois, como pianista que era, queria poder aproveitar a oportunidade para conhecer a sociedade, de certa forma, e embora a mãe seja contra, o pai acaba aceitando e entendendo que para ela era uma forma de se conectar mais com a arte. Mesmo que ela ainda não tivesse a idade para ser apresentada socialmente para "arranjar marido".

Leila fez questão de tocar piano com a orquestra nesse sarau em sua casa e ela foi muito aplaudida, ela sempre tocava nas reuniões familiares e as pessoas gostavam muito, mas tocar para tanta gente sendo uma mulher em uma "ocasião de sociedade" não era algo comum e muito menos encorajado. Sua mãe, Constância desaprova, mas seu pai acha lindo. Embora em certos momentos eu tenha pegado um pouco de implicância com a mãe, o fato é que se a ela ouvisse mais ela que o pai talvez não tivesse errado tanto, já que seu pai era permissivo até demais e é visível que ela se aproveitava disso.

Tocar no sarau lhe trouxe coisas boas e ruins, pois ainda no evento ela chamou a atenção de Roberto Canallejas, velho adotivo do médico Dom Carlos Canallejas, e que estava seguindo os passos do pai. Ele fica tão encantado em ver Leila tocar que pede autorização ao pai dela para falar com ela, e como ele sabe que ele é um bom moço, já que ele faz residência em seu hospital, é filho de seu melhor amigo, segue a mesma religião que ele e é ativo na caridade ao próximo, ele acha que ele pode ser uma influência positiva para a Leila. Já que a menina não se interessa pela caridade e é orgulhosa.

Porém, ela também chama a atenção de Marcus de Villiers, que era músico também, e que tenta a todo custo se aproximar da moça, mas acha que ela não poderá se casar ainda (como era costume da época, já que ela não havia se formado) e não chega a falar com ela.

Leila acaba aceitando o convite de Roberto de conhecer o hospital do pai dela e as pessoas que são atendidas lá. Na verdade, ela estava mais interessada era na atenção que o moço lhe dava do que no hospital em si, e não demorou para que eles trocassem cartinhas e ela de fato fosse até lá. Ele acaba se declarando a ela, meio que no impulso, pois também está apaixonado por ela, e diz que esperará ela completar seus estudos para pedi-la em casamento a seu pai, caso ela aceite.

Mesmo gostando de Roberto, o fato é que Leila vê no namoro uma oportunidade para não ter que voltar ao convento para estudar. Ela acaba fazendo com que de fato o moço fale com seu pai e, mesmo que a mãe dela se oponha, acaba conseguindo convencer a todos de que pode terminar seus estudos em casa e o casamento deles acaba sendo marcado. Constância não tem nada contra Roberto, até acha que a filha se casando com o moço vai ser bom porque domará a tendência orgulhosa dela, mesmo que no fundo a mãe quisesse que ela se casasse com outra pessoa que não um filho adotivo, para ela era melhor assim que "uma filha perdida".

Em um dia que ela está acompanhando a mãe na missa, que foi confessar-se depois e a deixou sozinha. Marcus de Villiers acaba indo falar com Leila e acaba dizendo que é apaixonado por ela e que, como músico, teria mais possibilidade de fazê-la feliz do que se ela de fato se casar com Roberto Canallejas, que embora ele seja médico, é um filho adotado e ele usa disso para tentar manchar a imagem do moço. Particularmente, eu achei ele bem baixo, mas a moça segue em conversa com ele e acaba dizendo que "não pode dizer os motivos no qual vai se casar com ele, mas que um dia quem sabe eles não possam se entender em outra situação" (mais ou menos isso), dando a entender que havia algo mais sério que a forçava a casar. Ele fica chocado e acha que ela não ama o médico, mas na verdade ela estava mesmo era jogando com o moço, por s sentir feliz em saber que tinha outro admirador.

Ela acaba se correspondendo com ele e, mesmo casando com Roberto e sendo mãe de uma menina chamada Lelita, acaba cedendo as palavras dele que quer que ela toque para as multidões, mas também quer que ela abandone a família e fique com ele. E embora ela viva uma vida muito feliz e seja muito bem tratada elo marido, ela realmente acaba fazendo isso, acaba abandonando a todos e indo atrás de uma aventura (que na cabeça dela era tocar, mas logo que acaba de fato fugindo com o cara é tratada por ele como amante e percebe a besteira que fez).

Acontecem muitas outras coisas depois e, como dito na própria sinopse, nessa encarnação Leila acaba se suicidando. Ela acaba sendo obsediada por alguns espíritos que ainda a veem como sendo uma cigana de outra encarnação dela, aquela que foi acolhida pelo Dom Carlos na oura encarnação e deixou a Constância revoltada. Aliás, a própria Constância acaba se deixando levar por esses espíritos e comete algo que a faz arrepender-se muito, mas algo sem volta.

Bem, o livro ainda segue após a morte dela, ainda vamos descobrir sobre a encarnação dela como Yvonne, como e  com quais propósitos ela foi planejada e também quanto tempo depois da última ela aconteceu. Fala também sobre a missão dela nesta vida última e os motivos pelos quais ela nasceu em situação de pobreza, com mediunidade muito forte desde pequena e muitas outras situações de sua vida. Em resumo, é um livro bem interessante, mas confesso que é bem doloroso de ler em muitas partes.


Comentários

  1. Boa noite!

    Outro livro que menciona sobre essa existência da Yvonne, é o "Memórias de um suicida" do espírito Camilo Castelo Branco (que usa o pseudônimo do Camilo Cândido Botelho), onde Roberto Canallejas era um dos médicos responsáveis pelo grupo de suicidas, no qual estava o próprio Camilo.
    É um livro lindo, vale a pena ler se tiver uma oportunidade.

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