Livro: "O Matuto" de Zibia Gasparetto, pelo espírito Lucius

Título: O Matuto

Autora: Zibia Gasparetto, pelo espírito Lucius

ISBN: 978.85.7722.496-8

Ano: 2016

Editora: Vida e Consciência

Gênero: Romance Mediúnico, Espírita, Romance


Informações adicionais:
Número de páginas: 416
Tipo de diagramação: abres de capítulos simples, a diagramação do texto é em fonte serifada e de tamanho agradável para a leitura.
Cor das páginas: brancas
Fonte: serifada, agradável para a leitura e tamanho satisfatório
Capa: brochura brilhante, com orelhas laterais.


Sinopse: 
Um matuto que não sabia ler nem escrever, herdeiro de enorme fortuna, parecia ser uma presa fácil para um advogado que planejava ludibriá-lo e para o tio do rapaz, que, julgando-o morto, pretendia ficar com sua herança.

Os fatos, porém, surpreendem a ambos.

Este romance de agradável e proveitosa leitura nos faz meditar e compreender mais as lutas da vida, encorajando-nos a manter a confiança na grande bondade e inteligência de Deus.

Lançada originalmente em 1984, a obra O matuto ganha, em sua nova edição, capa, diagramação e formato mais modernos, além de conteúdo integral revisto e atualizado.

Nota:


Curiosidade:

capa anterior de O Matuto, não era
 lá muito atrativa, não acha?
Faz um tempinho que a Zibia Gasparetto anda relançando suas antigas obras com novas capas e uma nova roupagem interna na diagramação. Saem aquelas letras miúdas, o terror para quem usa óculos,e entram fones levemente maiores, com espaçamento maior entre as linhas e recuos nas extremidades para descansar a vista.

Quem faz diagramação ou tem uma leve noção disso por estudar na faculdade (eu me encaixo nesse segundo grupo) há de concordar que se você pegar a versão antiga e a nova dará muito mais vontade de ler a nova, pois é bem mais agradável a visão.

Outra coisa que vale pontuar são as mudanças nas capas. As capas antigas, que em sua maioria eram desenhos a mão, flores ou fotos de pessoas em montagens (até meio estranhas), foram substituídas por fotos de modelos em estudios ou cenários pré montados e seguem a mesma linha das outras capas da editora.

Alguns livros receberam também alteração de palavras mais cultas para uma linguagem mais atual (não todos, apenas os que estão escrito "Nova Edição" e este é um caso).


Resenha:

Algumas destas "novas versões" vinham com um trabalhado na contra capa e uma imagem a mais por dentro (foi o caso dos livros anteriores que resenhei dela aqui: "Esmeralda" e "A Verdade de Cada Um", ambos também relançamentos de livros antigos dela), mas este aqui é mais simples.

Este figura entre um dos livros mais famosos da autora e foi um campeão de vendas no passado. Pode ter certeza que se você conhece alguém que lia/lê leitura espírita e é mais velho certamente vai ter um exemplar dele ou pelo menos já o leu. O livro chegou a se tornar uma peça de teatro (bem mais compactada, é claro) que permaneceu em cartaz por vários anos ininterruptamente, mesmo com alteração de elenco após alguns anos.

A trama é bem bacana, parece até história de novela das 7 (é a das 7 onde as tramas são mais leves, né? Que puxam para o humor? Se não for, me corrijam, por favor), e junta um pouco de humor com questões que nos fazem refletir. Afinal, será que dinheiro é o que nos trás felicidade? Ou, ser pobre e ser feliz automaticamente? Ou então, uma terceira hipótese, será mesmo que a felicidade é algo relacionado com bens materiais?

As poucos vamos adentrando na trama de Geraldo. Um rapaz que mora na roça, dela tira seu sustento e de seu pai. Não tem nenhum traquejo social, não sabe ler e muito menos escrever. Correto, mas poucos podem dar-se ao "luxo" de chamá-lo de amigo, já que não é dado a conversas. 

Desde muito novo divide uma casa de um cômodo com chão de terra batida com seu pai, Euclides. Um homem fechado, nenhum pouco dado a demonstrar sentimentos e que diz não acreditar em medicina. Quando o pai falece, sobram a Geraldo apenas as lembranças dele e da própria mãe, figura que ele viu pela última vez na infância e acredita ter morrido, mas cujo o qual seu pai nunca falava a respeito.

Mas a vida de Geraldo vai mudar totalmente, já que a cidade grande aparecem dois homens que juram que sua mãe não havia morrido até pouco tempo atrás e que ele é rico. Aliás, a fortuna deixada por sua mãe precisa ser resgatada por ele antes que o tio, que não gostava nada da mãe dele, fique com tudo.

Geraldo diz que não precisa de dinheiro e no primeiro momento não quer ir, mas é só tocarem no assunto de que a mãe não gostava do tio que ele decide ir. Afinal, uma coisa é certa, em sua mente sua mãe é uma santa, mesmo que o pai sempre tenha falado para nunca se apaixonar por ninguém ou confiar em mulheres, e se ela não confiava nesse tio, ele não terá o dinheiro dela.

A ideia dele é reivindicar sua herança, decidir o que fazer com ela e voltar para o mato. Ele não liga para dinheiro de forma alguma mesmo e você fica impressionada com tamanho desprendimento do rapaz. Mesmo que, que não me considero uma pessoa que seja muito apegada a dinheiro, fiquei pasma. Mas a escrita é tão natura que você sente que ele esta sendo sim muito verdadeiro.

Ao chegar na cidade, o advogado e o jornalista que o localizaram e o levaram até ali, querem que ele fique no hotel até que acertem tudo com o juiz, mas o moço é teimoso e dá um jeito de reivindicar o que é seu. Detalhe, ele não faz ideia de onde morava, nunca andou de ônibus na vida, mas diferente de muitos homens, não tem medo de pergunta como chegar lá e uma hora acaba encontrando alguém que conhecia sua mãe e essa pessoa o leva a sua casa.

É chegar lá que ele recorda de sua infância e a memória de sua mãe fica mais viva. Nesse ponto ele tem certeza de que realmente morou ali e que aquele lugar lhe pertence, por ser de sua finada mãe. Mas um capataz de seu tio não quer deixá-lo entrar, ele não acredita que o rapaz é o tal desaparecido e não quer arredar o pé. Mas quem disse que Geraldo, que enfrenta feras em Dente de Onça e seus arredores, tem medo de homem? Ele coloca o cara para correr e seu tio aparece logo, colérico, querendo tocá-lo de casa. O advogado tem que se virar nos trinta para Geraldo não ser preso e, a propósito, ele fica na casa sim e prova que pode não ser letrado, mas de burro não tem nada.

Aos poucos nós vamos descobrindo o que fez com que a família dele acabasse se separado; o motivo de seu pai ir para uma fazenda perto de Dente de Onça. de sua mãe desconhecer seu paradeiro e todas as rixas de família.

A trama é muito envolvente e você quase nem percebe as folhas passando, sabe? Certamente justifica toda a fama que o livro teve e merece a leitura por tudo que ele nos faz pensar sobre fé, vingança, preconceito, culpa, perdão e ciúmes. Aos poucos, Geraldo vai mudando e o leitor, certamente, vai mudando junto.



Comentários

  1. Queria saber quem é o homem da capa 😣

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    1. Provavelmente um modelo internacional, já que os créditos das imagens do livro são do Getty Images, Creative Crop, iStock e Claudio.Arnese.

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